Tom Pidcock, de 26 anos, é considerado um dos ciclistas mais versáteis da atualidade, mas o seu palmarés acaba muitas vezes por ficar na sombra de nomes como
Tadej Pogacar e
Mathieu van der Poel, figuras que marcaram a última geração do ciclismo mundial. Tal como o holandês, Pidcock destaca-se pela capacidade de competir ao mais alto nível em múltiplas disciplinas, algo que, inevitavelmente, os leva a ser comparados.
Depois de trocar a INEOS Grenadiers pela
Q36.5 Pro Cycling Team nesta temporada, o britânico reencontrou consistência com um calendário mais adaptado ao seu perfil. Recentemente, venceu a etapa rainha e foi segundo na geral da
Arctic Race da Noruega, antes de conquistar uma prova da Taça do Mundo de
BTT em Pal Arinsal (Andorra).
"Ele está muito à minha frente. O Mathieu tem coisas que eu gostaria de ter. Há algumas semelhanças entre nós", disse Pidcock ao Het Nieuwsblad. "Penso que ambos gostamos de pedalar com base no instinto, de forma mais divertida. Não estou sempre a olhar para os números. Gostamos das mesmas coisas, como carros bonitos. Mas somos atletas muito diferentes. Sou mais pequeno e mais leve, muito mais trepador. O Mathieu pertence aos grandes especialistas das Clássicas".
Com oito monumentos no currículo, títulos mundiais e vitórias de etapa na Volta a França, Van der Poel é um nome incontornável e um padrão de comparação quase inalcançável para a maioria. Pidcock, contudo, é um dos poucos que consegue estar na mesma conversa. Aos 26 anos, já foi campeão mundial e europeu de BTT e conquistou duas medalhas de ouro olímpicas, algo que o neerlandês ainda procura alcançar.
"O Mathieu pode não estar no seu melhor no BTT, mas se ele se dedicar, sabemos que vai acabar por ter sucesso. Normalmente, ele está entre os melhores do mundo, e é por isso que gosto de correr contra ele", afirmou o britânico.
Apesar de a expectativa apontar para um duelo no próximo mês nos Campeonatos do Mundo de XCO, o confronto não acontecerá. Pidcock vai alinhar na Volta a Espanha, enquanto o calendário de Van der Poel permanece incerto devido a uma preparação menos consistente.
"O Mathieu é muito melhor do que eu a conquistar grandes vitórias na estrada. Ele ainda não ganhou monumentos em diferentes disciplinas como eu, mas na estrada é o melhor. Para mim, a estrada é mais bonita", admitiu.
Ainda com margem para evoluir, Pidcock acredita que pode beneficiar dos quatro anos de diferença para os seus rivais mais diretos no ciclocrosse. "Às vezes sinto-me velho, mas ciclistas como o Mathieu e o Wout van Aert já tinham alcançado muito com a minha idade. Espero estar a entrar nessa fase e poder ganhar as maiores corridas, tal como eles", concluiu.