No domingo, em Crans-Montana, na Suíça,
Mathieu van der Poel vai tentar conquistar aquela que descreve como a “peça final do puzzle” da sua carreira: o
Campeonato do Mundo de BTT. O holandês já conquistou títulos mundiais no ciclocrosse, estrada e gravel, mas falta-lhe ainda a camisola arco-íris do cross-country olímpico (XCO).
Preparação discreta na Suíça
Van der Poel passou a última semana a reconhecer o percurso e a afinar a forma. O seu treinador Gerben de Knegt destacou o ambiente positivo: “O Mathieu está muito otimista. Já fez algumas voltas e está a adaptar-se bem. Ele até pode andar por aqui relativamente incógnito, por isso está tudo a correr bem. Em suma, o Mathieu está a andar bem.”
O técnico sublinha, no entanto, que o favoritismo é relativo: “O início e a forma do dia são importantes, mas estou definitivamente confiante. Ele pode ganhar, mas também pode muito bem terminar em 8º ou 15º. E isso também se aplica a dez outros concorrentes que têm hipóteses.”
A importância do arranque
Van der Poel reconhece que o arranque no BTT é crucial e muito mais determinante do que no ciclocrosse: “Só vou partir da quarta linha e no BTT o arranque é ainda mais importante do que no ciclocrosse. A hipótese de me tornar campeão do mundo ainda é pequena depois desta semana, mas penso que fiz a diferença esta semana em termos de condição física.”
Último teste em Les Gets
A sua última corrida de BTT aconteceu no final de agosto em Les Gets, onde foi 6º classificado. Foi apenas a segunda prova de BTT terminada nos últimos quatro anos. “Senti-me a melhorar a cada volta, mas na fase final faltou-me a força e a aceleração nas pernas para competir pela vitória. Teria ficado satisfeito com este resultado de antemão, mas, em retrospetiva, poderia ter conseguido ainda mais se tivesse sido um pouco mais agressivo nas primeiras voltas.”
Entre o realismo e a ambição
Apesar do estatuto de superestrela, Van der Poel sabe que este poderá ser o desafio mais difícil da sua carreira. No ciclocrosse é favorito em qualquer grelha, mas no XCO terá de lutar contra especialistas habituados ao ritmo explosivo e às particularidades da disciplina.
Ainda assim, o holandês já mostrou que consegue adaptar-se. Em Nove Mesto e em Les Gets chegou cedo para preparar-se, repetindo agora a estratégia em Crans-Montana.