"Se eu fosse o Van der Poel, estaria preocupado" - Será que a Alpecin perdeu demasiados gregários?

Ciclismo
quarta-feira, 10 setembro 2025 a 12:00
Van der Poel
As últimas três primaveras foram dominadas pelo duelo Mathieu van der Poel - Tadej Pogacar, com os dois a dividirem entre si os maiores Monumentos. Mas para 2026, o campeão neerlandês poderá entrar em território mais frágil: a Alpecin-Deceuninck perdeu várias peças-chave do seu bloco de clássicas e, segundo o jornalista Thijs Zonneveld, Van der Poel tem motivos para preocupação.

Êxodo de ciclistas experientes

A lista de saídas é pesada para uma equipa que sempre confiou na força do coletivo. Entre os nomes confirmados estão Edward Planckaert, Fabio Van den Bossche (rumo à Soudal - Quick-Step), Gianni Vermeersch (Red Bull - BORA - hansgrohe), Quinten Hermans e Xandro Meurisse (Q36.5).
Para um corredor como Van der Poel, que depende de uma base sólida capaz de o colocar na frente em momentos críticos da Volta à Flandres ou da Paris-Roubaix, a perda de profundidade representa um sério contratempo.

Juventude a caminho

A equipa apostará na promoção de jovens talentos da estrutura de desenvolvimento. Entre eles, o neerlandês Senna Remijn e os belgas Aaron Dockx e Lennert Belmans, além do ciclocrossista Niels Vandeputte, apontado como polivalente e rápido na estrada.
Zonneveld reconhece o potencial, mas sublinha o risco: “São bons ciclistas, mas é diferente quando se trata de segurar uma corrida caótica no pavé. O bloco experiente que fazia a diferença já não está lá.”

Fragilidades financeiras

Outro ponto sensível é o lado financeiro. O co-patrocinador da equipa deverá sair no final de 2025, reduzindo a capacidade de investimento. Com Van der Poel e Jasper Philipsen a representarem contratos milionários, sobra pouco espaço para reforços de peso.
“Van der Poel e Philipsen custam muito dinheiro. Todo o bloco está de saída, e isso será difícil de absorver”, observou Zonneveld.
Nos últimos anos, a Alpecin destacou-se por encontrar valor onde outras equipas não viam, elevando ciclistas como Timo Kielich, Gianni Vermeersch ou Tim Merlier. Agora, sem esse núcleo sólido, a estratégia parece menos clara.

O dilema de Van der Poel

A estrutura que lhe permitiu transformar-se numa força imparável nas clássicas empedradas está a enfraquecer. A ausência de apoio consistente poderá expor Van der Poel às táticas coletivas de rivais como UAE Team Emirates - XRG, Team Visma | Lease a Bike ou Red Bull - BORA - hansgrohe, que chegam cada vez mais reforçadas.
Zonneveld conclui com uma advertência: “Se eu fosse Van der Poel, estaria um pouco preocupado.”
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