No dia 14 de setembro de 2025, em Crans-Montana,
Mathieu van der Poel alinhará na partida com a possibilidade de escrever um capítulo inédito na história do ciclismo. A corrida olímpica de cross-country dos Campeonatos do Mundo de BTT da UCI representa para o neerlandês a derradeira conquista em falta: a camisola arco-íris de BTT.
Sem o campeão olímpico Tom Pidcock na grelha, o cenário abre-se à imprevisibilidade, mas também ao sonho de Van der Poel. O homem da
Alpecin-Deceuninck, já coroado campeão do mundo em estrada (2023), ciclocrosse (7 títulos) e gravel (2024), poderia tornar-se o primeiro homem a conquistar o arco-íris em quatro disciplinas distintas.
A última peça do puzzle
O próprio Van der Poel admitiu em março, à revista Helden: “Seria muito bom ser campeão do mundo de BTT um dia. Parece ser a última peça do puzzle da minha carreira. Gostaria muito de conquistar esse título.”
A sua relação com a disciplina é feita de altos e baixos. Foi campeão europeu em 2019, mas sofreu a amarga queda nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Desde então, as incursões no BTT têm sido esporádicas, com apenas quatro corridas disputadas em quatro anos.
Ainda assim, em Les Gets, no final de agosto, deixou sinais encorajadores ao recuperar de uma posição traseira para terminar em 6.º lugar na Taça do Mundo. Apesar do otimismo, foi realista: “Só vou arrancar da quarta linha e, no BTT, o arranque é ainda mais importante do que no ciclocrosse. As hipóteses de me tornar campeão do mundo continuam a ser mínimas.”
Rivais de peso
Van der Poel não terá tarefa fácil. O francês Victor Koretzky, líder da Taça do Mundo e medalha de prata em Paris 2024, chega em excelente forma. O norte-americano Christopher Blevins atravessa o melhor momento da carreira, enquanto o sul-africano Alan Hatherly, bronze olímpico, é outro nome a ter em conta. E claro, o suíço Nino Schurter, dono de 10 títulos mundiais, corre em casa aquele que poderá ser o seu último Mundial.
Legado em jogo
Se conquistar o arco-íris em Crans-Montana, Van der Poel igualará Pauline Ferrand-Prévot, que já se tornou campeã mundial em estrada, ciclocrosse, gravel e BTT. Um feito que consagra a grandeza total de uma carreira.
As probabilidades podem não estar do lado de Van der Poel, desde a grelha de partida até ao calibre da concorrência, mas se há ciclista capaz de desafiar a lógica, é ele. Já conquistou a estrada, o ciclocrosse e o gravel. O BTT é a última barreira.
Será em Crans-Montana que o neerlandês completará o puzzle da sua carreira?