Alan Hatherly assinou a melhor prova da sua carreira ao conquistar, este domingo, o
Campeonato do Mundo de BTT 2025 em Crans-Montana, Suíça. O sul-africano defendeu com autoridade a camisola Arco-Íris conquistada no ano passado, dominando praticamente de início a fim uma corrida em que pedalou isolado durante grande parte da distância.
Desde as primeiras voltas que ficou claro que Hatherly estava num dia de exceção. “Tive um dia daqueles. Vai ser difícil para mim repetir um desempenho como esse. Todos os astros se alinharam”, confessou. O ataque decisivo surgiu logo no arranque da segunda volta: uma aceleração poderosa que lhe permitiu abrir 1:30 de vantagem. A partir daí, transformou a corrida num contrarrelógio individual, rolando com autoridade até à meta.
“Antes da corrida eu disse que ia ser um contrarrelógio e uma corrida menos tática, e foi isso que fiz. Assumi a dianteira e fiz contrarrelógio até ao fim. A duas ou três voltas do fim comecei a sentir o esforço de ir tão cedo, mas a diferença era tão grande que consegui consolidar e chegar ao fim”, explicou o bicampeão do mundo.
Enquanto Hatherly celebrava, Mathieu van der Poel viveu um dia para esquecer. O neerlandês, que chegou a rodar na frente na fase inicial, perdeu terreno a partir da terceira volta, caindo várias vezes e terminando fora dos 25 primeiros. “Não estava a ter um bom dia. Não me tenho sentido bem há algum tempo”, admitiu.
Apesar da frustração, Van der Poel procurou manter perspetiva otimista. “As minhas pernas estavam muito más, mas tentei desfrutar um pouco. Ainda tenho alguns anos pela frente, vamos continuar a tentar”, disse. E acrescentou: “O início foi um cenário de sonho, mas depois disso foi uma corrida longa mentalmente. Mas o BTT é a única disciplina em que ainda é divertido andar por aí.”
Crans-Montana coroou assim Hatherly como o grande protagonista do Mundial de BTT 2025, reforçando a sua posição como referência absoluta da modalidade, enquanto Van der Poel adiou, mais uma vez, o sonho da camisola Arco-Íris em cross-country.