"A equipa foi criada para ir ao Tour e tentar ganhar": Victor Lafay motivado com a ambição da Unibet Rose Rockets

A Unibet Rose Rockets poderá estar prestes a garantir presença na Volta a França de 2026, depois de ter recebido mais um wildcard neste verão. O estatuto francês da equipa e o crescimento notório registado durante o inverno reforçam essa ambição. Entre os novos rostos está Victor Lafay, que abraça o projeto com entusiasmo, vendo nele a oportunidade de regressar à Grand Boucle como líder e símbolo de uma estrutura com uma identidade própria.

"Eu sabia o que não queria, mas ainda não sabia o que realmente queria. O que eu não queria era estar numa estrutura clássica de equipa WorldTour, onde tudo tem de ser controlado, perfeito, e onde não há muito espaço para a improvisação", explicou o francês em entrevista ao Eurosport. Embora não tenha mencionado diretamente a Decathlon AG2R La Mondiale Team, as suas palavras soam como uma crítica à rigidez do sistema atual, que impõe padrões de rendimento quase impossíveis sem espaço para a dimensão humana do ciclista.

"Não é assim que eu funciono. Quero continuar ligado ao desporto, mas sobretudo ao ciclismo, porque tenho muito prazer em pedalar. E depois pensei que podia usar a minha posição para comunicar, partilhar a minha experiência e talvez ajudar outros ciclistas que estão a lutar para encontrar o seu caminho", acrescentou, já a antecipar o papel que poderá desempenhar dentro da estrutura da Unibet Rose Rockets.

A equipa liderada por Bas Tietema tem sido uma das sensações do ciclismo europeu e reforçou-se de forma ambiciosa: Dylan Groenewegen assume o papel de grande líder para os sprints, acompanhado por Elmar Reinders como homem de ligação, Niklas Larsen, medalhado europeu de contrarrelógio, e trepadores como Wout Poels e Jannis Peeters. A estes juntam-se ainda o campeão irlandês Rory Townsend, o jovem Matyas Kopecky, vindo da Novo Nordisk, e o recém-contratado Ronan Augé.

Com Lukas Kubis como cara que transita para 2026, a Unibet aposta num modelo moderno, combinando desempenho desportivo com uma forte presença mediática através de conteúdos audiovisuais e redes sociais, um conceito que tem atraído tanto patrocinadores como adeptos.

Lafay sente-se identificado com esta filosofia: "Só em termos de comunicação, eles são excecionais. Fazem as coisas de forma diferente, e isso motiva-me. Quando vejo o feedback sobre a minha contratação, percebo que toda a gente entendeu que esta é uma equipa onde me vou sentir realmente em casa".

O francês admitiu ter recebido propostas de outras equipas, incluindo da TotalEnergies, mas foi a abordagem pessoal de Bas Tietema que fez a diferença. "Quando lhe disse que não, ele quis vir ver-me a Annecy. Quis perceber porque é que eu queria parar e encontrar um compromisso que me deixasse feliz por continuar".

O plano é claro: chegar à Volta a França e lutar por etapas. "A equipa foi criada para ir ao Tour e tentar ganhar uma etapa. O recrutamento foi feito com esse objetivo e penso que precisavam do meu perfil", afirmou. "Vou ser líder e um atacante, mas também estou pronto para ajudar o Dylan Groenewegen nos sprints. Se queremos ganhar no Tour, não nos podemos dispersar demasiado".

Com a ambição a crescer e um espírito coletivo diferente do habitual, Victor Lafay acredita que a Unibet Rose Rockets poderá transformar-se numa das histórias mais cativantes do pelotão de 2026, uma equipa onde o prazer de correr volta a estar no centro de tudo.