Aos 26 anos,
Tadej Pogacar já soma 21 vitórias em etapas da
Volta a França. Nesta edição, venceu quatro e reforçou a liderança com mais um triunfo em Peyragudes. Após o esforço, foi questionado sobre a sua ambição constante, mesmo em dias em que poderia controlar a corrida sem correr riscos.
"Não estou aqui para fazer inimigos, mas esta é a Volta a França. Tu não podes simplesmente recuar se surgir uma oportunidade de vencer uma etapa", afirmou Pogacar em declarações a vários meios de comunicação, incluindo o Cyclingnews. "Nunca se sabe quando será o nosso último dia... E digo-o com toda a sinceridade: a equipa paga-nos para ganharmos, não para darmos vitórias".
A
UAE Team Emirates - XRG tem em Pogacar o seu principal trunfo. Para além de ser o ciclista mais bem pago do pelotão, é também quem mais vitórias lhes garante. Enquanto o camisola amarela continua a somar triunfos, constrói-se o que poderá ser, no futuro, uma ameaça ao recorde absoluto de vitórias em etapas no Tour, pertença de
Mark Cavendish desde 2024, após décadas nas mãos de
Eddy Merckx.
Para Pogacar, o que o move é também a lealdade para com quem o apoia. "Tenho uma grande equipa atrás de mim, que trabalha todos os dias das suas carreiras para que eu venha ao Tour e, se eu, sozinho, decidisse começar a dar oportunidades, a equipa não ficaria contente. Por isso, se houver uma oportunidade, não posso dizer que não a uma etapa do Tour".
Questionado sobre o seu legado e como será recordado entre os colegas, foi direto: "No final, quando terminar a minha carreira, provavelmente não falarei com 99% do pelotão. Vou concentrar-me nos amigos e na família".
Com mais de quatro minutos de vantagem sobre
Jonas Vingegaard, Pogacar lidera com autoridade, mas recusa dar o Tour como ganho: "Nesses anos, também tive grandes Tours em alguns aspectos, ganhei etapas e fiquei em segundo na geral. Mas também houve momentos em que outros conseguiram ganhar-me tempo. Por isso, nunca se sabe se este pode ser o Tour em que tenho um mau momento ou se outros podem ter dias melhores. Não diria que sou intocável. Vou tentar sê-lo, mas nunca se sabe".