A UAE Team Emirates – XRG está habituada a ter abundância de opções de luxo, e no
Paris-Roubaix não será diferente. Enquanto os olhos do mundo estão voltados para a estreia de
Tadej Pogacar no “Inferno do Norte”,
Florian Vermeersch chega com ambições próprias e um passado que justifica sonhar alto.
Apesar de Pogacar ser o chefe de fila, Vermeersch, que foi segundo na emblemática edição molhada de 2021, garante que as suas hipóteses continuam intactas. "No domingo, não sou o líder de equipa, mas não acho que as minhas hipóteses de ganhar tenham diminuído", afirmou o belga ao Het Laatste Nieuws.
Com 26 anos, o ex-ciclista de ciclocrosse está em grande forma nesta primavera e sente-se cada vez mais confortável com as cores da UAE. “Na E3 Saxo Classic e em Gent-Wevelgem pude correr por mim próprio, mas estraguei tudo por mau posicionamento. Fiquei chateado. O plano era correr Roubaix por mim, mas depois surgiu o Pogacar. Mesmo assim, tenho carta branca para lutar.”
Pogacar: estreia com ambição, mas com suporte de peso
Tadej Pogacar é a grande figura da edição de 2025, mas Vermeersch garante que o esloveno chega bem preparado: “Já fez dois reconhecimentos do percurso e sabe o que o espera. Roubaix é diferente da Flandres, mas ele está pronto. Ele beneficia mais se a equipa tornar a corrida difícil, e é isso que vamos tentar fazer”.
A UAE apresenta-se com uma equipa recheada de especialistas nos paralelos, com nomes como Nils Politt e Mikkel Bjerg ao lado do duo de luxo. A falta de subidas e o peso mais leve de Pogacar são desvantagens teóricas, mas Vermeersch esclarece: “Com pneus de 32mm e pressão adaptada, ele não vai saltar nos paralelos. O problema é que não há quilómetros de subida onde possa tirar partido dos seus watts por quilo. Será mais difícil fazer a diferença”.
Um plano B com ambições reais
Vermeersch não se limita ao papel de gregário de luxo. Com o histórico de 2021 no bolso e excelentes prestações esta primavera, sente que o seu momento pode estar a chegar: “Na Strade Bianche, fiz a melhor corrida da minha vida em termos de potência. Fiz todos sofrerem e ainda terminei em 18º. A equipa viu o que valho”.
E acrescenta: “Roubaix é mais do que potência nos paralelos. É posicionamento, ousadia e saber usar os cantos da estrada. Isso é algo que faço bem, vindo do ciclocrosse. Em setores planos, sou dos mais fortes do pelotão”.
O diretor desportivo Matxin confirmou que acredita no belga: “Disse-me que esta é definitivamente a minha corrida e que posso ganhá-la. Ele plantou essa ideia na minha cabeça”.
Na teoria, Pogacar é a prioridade. Na prática, Vermeersch pode muito bem ser o plano B mais perigoso da prova.