A organização da Volta a Itália quer realizar a Grande Partenza de 2027... a 14.000 kms de casa!!

Ciclismo
sexta-feira, 16 maio 2025 a 00:11
jai hindley wins the giro ditalia 2022
Depois da histórica Grande Partenza na Albânia, que marcou o início da edição de 2025, os rumores em torno da partida da Volta a Itália de 2027 começaram a ganhar força e há um nome inesperado no centro das atenções: Austrália.
Sim, leu bem. Uma das Grandes Voltas mais prestigiadas do ciclismo mundial poderá arrancar a mais de 14.000 quilómetros de casa. E embora pareça uma ideia arrojada, não é tão irrealista quanto parece. A Corsa Rosa já se aventurou para longe do território italiano em diversas ocasiões: Belfast (2014), Jerusalém (2018) e Budapeste (2022) são exemplos claros da ambição global da organização. Agora, a RCS Sport volta a pensar em grande.
Segundo o jornalista australiano Michael Tomalaris, em declarações à Sporza, as conversações estão bem encaminhadas. “Há negociações para trazer as três primeiras etapas do Giro de 2027 para a Austrália. Não é uma piada nem apenas um rumor. É real”, afirmou.
Tomalaris adiantou que Perth, na Austrália Ocidental, seria a escolha mais lógica, por ser a cidade australiana mais próxima da Europa em termos de ligação aérea. No entanto, Melbourne e Sydney também mostraram interesse. “Essas regiões estão sempre à procura de grandes eventos desportivos. As infraestruturas existem. A vontade, também”, garantiu.
"Sei de fonte segura que a RCS, organizadora do Giro, está a estudar a possibilidade de trazer o Giro para a Austrália. Sei que isso parece impossível para muitas pessoas. Mas está realmente a ser considerado", acrescenta.
Tomalaris acha que a Austrália Ocidental seria o anfitrião mais prático: "Acho que o lugar mais lógico seria Perth (na Austrália Ocidental) porque é o mais próximo da Europa. Mas Melbourne e Sydney também estariam interessadas. Essas regiões estão sempre à procura de grandes eventos."
Ainda assim, os desafios logísticos são evidentes. Após três dias de competição no hemisfério sul, toda a caravana do Giro teria de enfrentar um voo intercontinental de 16 horas de regresso à Europa, algo que exigiria, segundo Tomalaris, dois dias de descanso adicionais no calendário.
E como reagiriam os ciclistas? Para o jornalista, tudo depende da forma como for apresentado: “Se forem devidamente compensados, talvez vejam as coisas de forma diferente. No fundo, todos estarão no mesmo barco. A desvantagem será partilhada por todos.”
Tomalaris continua. "Na Austrália, o amor pelo ciclismo é muito grande. Isto deve-se a alguns dos melhores ciclistas australianos como Robbie McEwen, Stuart O’Grady, Bradley McGee, Simon Gerrans, Cadel Evans, e, mais recentemente, Caleb Ewan, Ben O’Connor e Jai Hindley."
“Na Austrália, o amor pelo ciclismo é real. Ver o Giro ou a Volta a França é uma forma de escapismo para nós, porque aqui é um pouco mais fresco em maio, junho e julho e escurece mais cedo. Trazer o início do Giro para a Austrália seria um sonho tornado realidade."
Do lado da organização, Mauro Vegni, director da Volta a Itália, confirmou que a hipótese australiana está em análise. “Não excluímos nada. É difícil do ponto de vista logístico, mas não dizemos ‘não’ a ninguém à partida.”
Vegni destacou, no entanto, que será necessário alinhar diversos fatores antes de tomar qualquer decisão: "Tudo é possível, mas é preciso estudar bem os interesses e também saber qual é a posição da UCI. Além disso, ainda não sabemos como é que o calendário vai ser reformado em breve e quais vão ser as regras."
"Só assim se pode ver o que é possível fazer. Recebemos muitos pedidos do estrangeiro e avaliamo-los todos. Estamos dispostos a falar com toda a gente. Isso é claro. Depois disso, pode iniciar-se todo um processo que, possivelmente, poderá conduzir a uma Grande Partenza"
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e até a Bulgária também estão em cima da mesa como potenciais candidatos, mas a proposta australiana começa a ganhar corpo. " Há interesse. Vamos ver."
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