A rainha volta à montanha: Ferrand-Prévot e o novo desafio do Mont Ventoux "Conheço bem a zona"

O percurso da Volta a França Feminina de 2026 foi apresentado e traz novidades relevantes face à edição anterior. Em 2025, Pauline Ferrand-Prévot dominou com autoridade nas etapas de montanha e conquistou a Camisola Amarela com quase quatro minutos de vantagem. No próximo verão, a francesa terá de superar um novo obstáculo: a estreia do Mont Ventoux como chegada em alto e o regresso do contrarrelógio individual, o primeiro desde 2023.

“É um percurso muito bonito. Vai ser incrível e gosto muito. Já estou entusiasmada para trabalhar arduamente e defender o meu título. Terminar em Nice é fantástico, significa muito para mim, uma vez que vivo na região. Conheço bem as estradas, o que é uma vantagem. O Mont Ventoux é também uma subida que já fiz várias vezes, é fácil treinar lá e conhecer cada detalhe”, afirmou Ferrand-Prévot ao site oficial da equipa após a apresentação.

Depois da partida na Suíça, o pelotão rumará a França, onde o quarto dia marcará um momento crucial: o contrarrelógio individual de 21 quilómetros em Dijon, o segundo mais longo da história da prova. Uma oportunidade que Ferrand-Prévot pretende aproveitar.

“Penso que é ótimo ter um contrarrelógio, especialmente nesta região. Conheço bem a zona e pedalar entre as vinhas é fantástico. Estou muito contente com esta etapa e ansiosa por ela. É uma oportunidade para evoluir noutra disciplina, e isso é algo que adoro”, sublinhou a campeã francesa.

O chefe de equipa Rutger Tijssen vê no novo traçado um equilíbrio entre dureza e estratégia. “É uma Volta completa, e esse é o desafio. Em termos de percurso, não há grandes diferenças em relação ao ano passado. Nunca é realmente plano, nem mesmo nas primeiras etapas. O Mont Ventoux será o grande teste final, comparável ao Col de la Madeleine, mas talvez ainda mais exigente devido ao calor e ao vento”, analisou Tijssen.

O neerlandês destacou também a importância do regresso do exercício individual: “O contrarrelógio está de volta e representa um grande desafio. Exige uma preparação ligeiramente diferente da de 2025. Temos de evoluir aqui, também com a Pauline. Ela adapta-se facilmente e já provou que consegue progredir muito quando se dedica a algo.”

O desempenho de Ferrand-Prévot em 2025 confirmou a sua versatilidade e ambição. Após mais de cinco anos dedicada quase exclusivamente ao BTT, a francesa regressou à estrada com resultados imediatos. O seu objetivo inicial era apenas readquirir ritmo competitivo, mas o instinto vencedor falou mais alto.

Na primavera, triunfou na Paris-Roubaix e, meses depois, ergueu o troféu da 4ª Volta a França Feminina. Fê-lo com autoridade, conquistando a etapa rainha no Col de la Madeleine com uma demonstração de força que a colocou num patamar à parte das adversárias.