Matteo Trentin e Fabian Cancellara apontam ao Tour 2026: “É uma grande oportunidade para a Tudor”

A Tudor Pro Cycling Team prepara-se para viver um momento histórico em 2026. Pela primeira vez, a formação suíça não terá de esperar por um convite: a equipa assegurou automaticamente um lugar na Volta a França, graças ao estatuto de melhor ProTeam no ranking UCI de 2025 - apenas atrás da Uno-X Mobility, que será promovida ao WorldTour. Com essa classificação, a Tudor tem wildcards garantidos para todas as provas WorldTour, e o Tour surge naturalmente como o grande objetivo da temporada, ainda mais com nomes como Julian Alaphilippe nas suas fileiras.

“Penso que é um percurso típico da Volta a França”, avaliou o experiente Matteo Trentin em declarações ao Cyclism’Actu. “Há várias etapas para sprinters, muita montanha… e este ano o contrarrelógio por equipas regressa logo na primeira etapa. Isso significa que o primeiro a vestir a Camisola Amarela será provavelmente um ciclista da geral ou um bom rolador. É algo interessante de ver logo no início.”

Trentin soma três vitórias em etapas no Tour, embora a mais recente date de 2019. Questionado sobre as possibilidades em 2026, o italiano mostrou-se prudente: “Há duas ou três etapas que podem ser boas para mim. Mas, na maioria dos dias, há uma ou duas subidas a mais”, reconheceu, admitindo que o traçado continua bastante montanhoso.

Nos últimos anos, a organização tem procurado tornar as etapas mais dinâmicas e imprevisíveis, o que se traduz num aumento do desnível acumulado - uma tendência menos favorável ao perfil de Trentin. Ainda assim, o italiano não abdica da ambição: “Tudo dependerá do que os trepadores estiverem. Eles estão cada vez mais rápidos. Nós também podemos andar mais rápido, mas não muito mais.”

O fundador e proprietário da Tudor Pro Cycling, Fabian Cancellara, conhece bem o peso da Volta a França. Ao longo da sua carreira, o suíço venceu oito etapas e vestiu a Camisola Amarela em várias ocasiões. Agora, viverá o Tour de outra perspectiva.

“Penso que este percurso é muito bom”, afirmou Cancellara, também ao Cyclism’Actu. “É interessante estar do outro lado, porque esta Volta é muito exigente, mas continua a ser o Tour. Viva o Tour! Sinto-me orgulhoso, sobretudo porque a corrida vai passar várias vezes perto da Suíça. Significa ainda mais para nós termos a certeza de estar lá no próximo ano. É uma grande oportunidade.”

O ex-campeão mundial mostrou-se satisfeito com a estabilidade conquistada pela estrutura: “Com a classificação que alcançámos no final da época, os pontos, a geral por equipas, é óptimo poder planear já o calendário de 2026. Quanto a Pogacar, claro que será difícil de bater, mas no fim de contas são 21 dias de corrida e todos vão enfrentar o mesmo desafio.”