Apesar do duelo esperado entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard dominar as atenções da
Volta a França de 2025, nenhum dos dois partirá com o estatuto de mais vencedor em Grandes Voltas no pelotão. Esse trunfo pertence a
Primoz Roglic, que, com 35 anos, continua a alimentar o sonho de conquistar a única Grande Volta que ainda lhe escapa: a Volta a França.
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Red Bull - BORA - hansgrohe, equipa que agora o experiente esloveno lidera, mantém-se realista quanto às dificuldades da missão. O próprio Diretor de Performance, Dan Lorang, não esconde o respeito por Pogacar, assumindo que lidar com o fenómeno da UAE Team Emirates continua a ser um quebra-cabeças. “Temos de admitir que Pogacar está um nível acima. Temos de aceitar que é assim e não podemos negociar isso”, afirmou ao Velo. “É difícil ir para uma corrida e dizer, 'OK, quando o Pogacar atacar, nós seguimo-lo'. Estamos a ver uma e outra vez que nem sempre é possível. É difícil saber dizer o que podemos fazer contra isso.”
Roglic, que já venceu por quatro vezes a Volta a Espanha e uma vez a Volta à Itália, parte com um palmarés mais extenso em Grandes Voltas do que os seus dois grandes rivais. Pogacar soma três triunfos na Volta a França e um na Volta à Itália, enquanto Vingegaard tem duas conquistas no Tour. Ainda assim, o tempo corre contra o experiente líder da BORA, cuja janela de oportunidade parece ficar cada vez mais estreita.
Dan Lorang acredita que a chave estará na abordagem colectiva. “O que se pode fazer é jogar forte e usar tácticas diferentes, o que já tentámos nas clássicas. Se as coisas correrem bem, vimos que ter números na estrada para a parte final pode contar.” Para o responsável técnico da equipa alemã, Pogacar pode ser dominante, mas não é invencível. “Já vimos que ele não pode fazer tudo sozinho. Podemos tentar ser inteligentes como equipa. Mas quando se trata de irmos no um para um, vimos que há alguns tipos que estão a um nível totalmente à frente neste momento.”
A estratégia da Red Bull - BORA - hansgrohe para contrariar a supremacia de Pogacar passará por força colectiva, agressividade táctica e a capacidade de provocar surpresas. “Tudo o que nós, na equipa de desempenho, podemos fazer é trabalhar arduamente e tornar os nossos homens suficientemente fortes para usar números ou criar surpresas, como fizemos nas clássicas. Se não rirem, vão chorar”, conclui Lorang.