A Superliga vai começar em 2026? Tudo o que precisa de saber sobre o novo projeto que promete revolucionar o ciclismo

Ciclismo
sábado, 22 fevereiro 2025 a 16:00
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Estará o ciclismo, tal como o conhecemos, prestes a mudar? Os rumores sobre a criação de uma Superliga têm vindo a aumentar nos últimos dois anos. No início, não foram levados muito a sério. Mas agora parece que se vai tornar uma realidade.

Em junho de 2024, o Cycling News anunciou que a One Cycling, o nome da Superliga, tinha encontrado o financiamento necessário junto de um investidor privado.

Quase um ano depois, o Wielerflits conseguiu trazer à luz novos e importantes detalhes sobre este ambicioso projeto. O principal deles é que não há nada que possa impedir a criação da Superliga. Os últimos detalhes já estão a ser trabalhados e a competição está prevista para começar em 2026.

A ideia de One Cycling sempre foi liderada por Richard Plugge, diretor da Team Visma - Lease a Bike. Uma das principais premissas em que a Superliga foi concebida foi o facto de o ciclismo correr o risco de ficar cada vez mais para trás devido ao conservadorismo e às divisões profundas. Por essa razão, era necessário procurar novos investidores que ajudassem a revolucionar a competição tal como é conhecida atualmente.

Nos últimos meses, a ideia de uma Superliga não passou despercebida às figuras mais importantes do pelotão. Por exemplo, a opinião de Matxín sobre o assunto foi muito clara: não acredita que se deva fazer alguma coisa pelas equipas, mas o ciclismo precisa de uma centralização na organização.

"Aqui (no ciclismo), talvez o facto de haver tantos organizadores signifique que há tantos interesses individualizados. Ser capaz de organizar algo para além da sua própria corrida ou de corridas individuais, criar um coletivo que prevaleça sobre a individualidade pode ser interessante", disse o diretor da UAE Team Emirates XRG.

O problema atual da Superliga

No entanto, nem tudo está fechado. Neste momento, o principal problema que a One Cycling enfrenta é a ASO (Amaury Sport Organisation).

A ASO é um dos principais organizadores de eventos de corrida. Os franceses são totalmente contra a Superliga e estão a tentar boicotá-la para manter o controlo.

O que é que isto significa? Que a Superliga não incluirá no seu formato grandes corridas como a Volta a França, a Volta a Espanha, a Paris-Roubaix, a Liège-Bastogne-Liège, o Paris-Nice e o Criterium du Dauphiné.

No entanto, isso não dissuadiu a One Cycling. A Superliga quer que as suas competições possam decorrer em paralelo com as competições ASO sem qualquer problema.

Mas é claro que começar uma Superliga sem a Volta a França está longe de ser o cenário ideal. Afinal, é a maior corrida do mundo, a que atrai mais equipas, adeptos, patrocinadores..., etc.

O que pensa o Presidente da UCI?

Para o presidente da UCI, David Lappartient, há um duplo interesse:

  • Por um lado, a Lappartient tem uma relação muito próxima com a ASO, e essa relação deve ser cuidada.
  • Por outro lado, a Arábia Saudita está por detrás do projeto One Cycling e, através do país, pode obter os votos de que necessita para conquistar a presidência do COI que ambiciona.

De referir ainda que a ASO tem corridas na Arábia Saudita. No ciclismo, organiza o AlUla Tour. Também organiza o Rali Dakar no desporto automóvel. Por isso, a One Cycling poderia utilizar este facto para pressionar a ASO a partir daí.

Apesar dos problemas acima referidos, no papel existe um bom plano. Ainda não é claro como irá funcionar na prática. Mas a Superliga de ciclismo é praticamente uma realidade. Com ou sem ASO, parece ser um projeto que se concretizará. De facto, se não fosse a recusa da ASO, é muito provável que a sua criação já tivesse sido oficializada.

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