A 9ª etapa da
Volta a Espanha 2025 não só confirmou a força de Jonas Vingegaard, como também reposicionou
Tom Pidcock como um sério candidato à classificação geral. O britânico da
Q36.5 Pro Cycling Team, que terminou em segundo lugar atrás do dinamarquês, subiu ao 4º posto da geral, reforçando a ideia de que pode lutar por um lugar no pódio em Madrid.
Em análise à TNT Sports, o antigo campeão britânico Adam Blythe destacou o impacto do desempenho de Pidcock: “É isto que temos estado a questionar, se ele consegue ou não estar com os melhores trepadores. O seu objetivo era terminar no top-10 da Vuelta, mas isto foi um sinal claro de que está pronto. Se repetir exibições como esta, não só estará entre os 10 primeiros, como provavelmente no pódio quando chegarmos a Madrid.”
Para Blythe, o próximo desafio é a consistência: “É a parte mais difícil: fazê-lo dia sim, dia não. Mas quando o Tom se dedica, normalmente consegue. Vejo-o a ir até ao fim.”
Stephens: “Uma nova trajetória”
O também ex-profissional Matt Stephens ficou impressionado com a frieza e capacidade final de Pidcock, que ultrapassou João Almeida para conquistar o segundo lugar da etapa.
“Foi uma verdadeira disputa de olhares. O Almeida pediu-lhe para ‘ganhar tomates’ e, mesmo no limite, o Tom ainda teve força para o bater na linha. Isso não foi táctica, foi pura resistência. E a forma como ele se riu da situação depois da etapa mostra a sua maturidade.”
Stephens realçou ainda a coesão da equipa suíça em torno do britânico: “A Q36.5 pedalou unida e galvanizada. O Tom parece feliz, sente-se bem no grupo. É uma nova trajetória que nunca tínhamos visto antes. É emocionante, sobretudo antes do dia de descanso.”
O ataque explosivo de Vingegaard na base de Valdezcaray foi descrito por Blythe como “entrar nos últimos 200 metros de um sprint”. Preparado por Matteo Jorgenson, o movimento deixou Giulio Ciccone para trás e obrigou Almeida e Pidcock a perseguirem juntos. O dinamarquês ganhou tempo a quase todos e reduziu a diferença para o líder Torstein Traeen, que ainda resistiu de vermelho no final.
Pidcock muda de estatuto
Até agora visto sobretudo como um corredor versátil, capaz de brilhar em clássicas e etapas isoladas, Pidcock mostrou pela primeira vez verdadeira solidez para discutir uma classificação geral. Stephens sublinhou a importância deste passo: “Nunca o tínhamos visto tão bem colocado numa geral. Ele correu com maturidade, com a equipa toda a apoiá-lo. É um grande passo em frente.”
Blythe foi ainda mais directo: “Ele já mostrou que pertence a este nível. Não há razão para que não o consiga repetir. Se o fizer, pode estar no pódio em Madrid.”
O que vem aí
Com o dia de descanso a servir de pausa estratégica, Pidcock encontra-se a 1m35s do líder Traeen e a 58 segundos de Vingegaard, lado a lado com Almeida e Felix Gall na luta pelos lugares cimeiros.
Stephens concluiu: “Aconteça o que acontecer, esta é uma nova trajetória para o Tom e é empolgante.” Blythe, por sua vez, resumiu em poucas palavras: “Ele pode estar no pódio em Madrid.”