Adam Blythe surpreendido com o conservadorismo de Tadej Pogacar na Volta a França 2025: "Normalmente, ele ataca sempre"

Ciclismo
segunda-feira, 07 julho 2025 a 14:55
pogacar
Nos últimos anos, Tadej Pogacar tem sido um conquistador voraz, acumulando triunfos em Monumentos, Grandes Voltas e até no Campeonato do Mundo. Ainda assim, a sua impetuosidade tem sido alvo de críticas, com acusações de atacar demasiado cedo ou sem critério. Porém, nas duas primeiras etapas da Volta a França de 2025, esse padrão parece ter mudado.
Ao invés do habitual ímpeto ofensivo, o líder da UAE Team Emirates tem optado por seguir rodas, deixando Jonas Vingegaard e Mathieu van der Poel protagonizarem os momentos de explosão. Essa alteração estratégica surpreendeu muitos, entre os quais o antigo campeão britânico Adam Blythe, agora comentador da TNT Sports. “Digo-vos o que é interessante: o Tadej não atacou”, observou Blythe, ao analisar a segunda etapa. “E isso é muito curioso porque, normalmente, ele ataca sempre. Especialmente em duas subidas íngremes como as que tivemos, quase se pode garantir que ele espera, espera… agora vai, agora vai… mas ainda não tentou, não fez um único ataque.”
Blythe arrisca uma explicação: “Talvez esteja a tentar ser conservador, talvez esteja apenas a deixar os outros acreditar que têm mais força do que realmente têm.”
Em contraste, Jonas Vingegaard tem-se mostrado altamente ativo. O dinamarquês tem animado o pelotão com sucessivos ataques nas primeiras etapas, forçando seleções e já abrindo diferenças relevantes para rivais como Remco Evenepoel e Primoz Roglic. O que se tem visto é, curiosamente, uma inversão de papéis entre os dois rivais das últimas edições da prova.
Para Jonathan Vaughters, diretor da EF Education-EasyPost, o desempenho do dinamarquês nestas primeiras tiradas é revelador. “O estilo de corrida é diferente, mas isso só mostra que ele [Vingegaard] se sente muito forte”, comentou. “Quando o vejo tão dominante nestas subidas curtas e explosivas, penso logo no contrarrelógio de quarta-feira. Acredito que vai ganhar tempo significativo a toda a gente.”
Vaughters acredita que, apesar das impressões iniciais, o contrarrelógio pode redefinir o favoritismo. “No início, pensei que Evenepoel seria o homem a bater no exercício individual, mas agora não sei. Do que tenho visto, o Vingegaard pode ser muito impressionante nesse contrarrelógio.”
Outro que acompanha de perto esta transformação é Michael Matthews. O australiano, amigo próximo de Pogacar e também presente na cobertura da TNT Sports, nota que as dinâmicas entre os favoritos estão diferentes. “Acho que o Jonas está a mostrar que pode ser versátil em etapas como esta”, analisou Matthews. “Antes, diríamos que estas eram etapas em que o Tadej poderia ganhar tempo ao Jonas. Agora parece o contrário. Ele é um ciclista mais completo e parece estar a desfrutar da bicicleta, e acho que todos gostamos de ver isso.”
Matthews sublinha ainda que, apesar de o objetivo principal ser a classificação geral, os adeptos esperam espectáculo. “Não gostamos de ver corridas demasiado calculadas. Queremos ver ataques, coragem e vontade de vencer. Há, claro, a CG no final de contas, mas ao longo do caminho há muitas etapas para conquistar.”
Com o início mais conservador de Pogacar e um Vingegaard agressivo, a Volta a França de 2025 começa com um enredo intrigante e imprevisível. A batalha pela Camisola Amarela promete ser tão tática quanto brutal.
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