De Van der Poel a Evenepoel,
Gianni Vermeersch terá de ter cuidado para não se enganar ao tratar o novo líder na
Red Bull - BORA - Hansgrohe. Após quase uma década na estrutura que, a partir do próximo ano, passará a chamar-se Alpecin - Premier Tech, o belga de 33 anos inicia uma nova aventura na formação alemã.
Deixa para trás o capitão de longa data Mathieu van der Poel, com quem a equipa celebrou oito Monumentos, para integrar um bloco com uma filosofia distinta. Em vez das Clássicas e dos sprints, áreas de foco da Alpecin, encontrará uma ambiciosa formação para a geral, com estrelas como
Remco Evenepoel, Primoz Roglic, Florian Lipowitz ou Jai Hindley.
Faz a mudança com um plano claro, embora admita que ainda não conseguiu despedir-se dos antigos colegas da Alpecin. “Na verdade, ainda tenho de me despedir do Mathieu e de toda a equipa”, contou à
Sporza.
A transição não será imediata para o belga, habituado a correr ao lado de Mathieu van der Poel: “Vai exigir adaptação. Sempre corri na estrada com o jersey da Alpecin e ao lado do Mathieu. Mas esta primavera a Red Bull - BORA - Hansgrohe mostrou interesse, discutimos objetivos e chegámos rapidamente a acordo”.
“Ainda não fui removido do grupo de WhatsApp. E, na verdade, ainda não me despedi, porque oficialmente continuo a ser membro da Alpecin-Deceuninck até 31/12. Embora já tenha feito um estágio completo com a minha nova equipa. O meu contrato deveria ter começado a 01/11”, aproveitou para apoiar a
investigação da UCI para alterar as datas de início dos contratos.
Gianni Vermeersch vai juntar-se à Red Bull - BORA ao lado de Remco Evenepoel
Liderança para as Clássicas
Vermeersch chega como mais uma opção de liderança para o bloco das Clássicas do empedrado. Apesar de reforços talentosos como os gémeos Van Dijke e Laurence Pithie, ficou à vista que o projeto ainda tem trabalho pela frente após a dececionante campanha da primavera passada.
A Red Bull - BORA - Hansgrohe tem um plano claro para o corredor de 33 anos, confirma o próprio: “A ideia é eu liderar a equipa nas Clássicas flamengas. Conheço essas corridas de olhos fechados. Também tenho de ajudar a transformar o setor das Clássicas num bloco forte e coeso. No ano passado havia corredores muito poderosos, mas faltou coordenação. Se conseguirmos ser uma verdadeira unidade na próxima primavera, muita coisa é possível”.
O belga não abdica das próprias ambições: “Sonho com a Strade Bianche e, eventualmente, com o Paris-Roubaix. São corridas onde um corredor como eu pode assinar um grande resultado. Porquê ‘eventualmente’ em Roubaix? Porque temos muitas cartas para jogar com Jordi Meeus, os irmãos Van Dijke e Laurence Pithie. Na Strade Bianche talvez consiga correr um pouco mais para mim”.
Apesar de deixar uma equipa belga, Vermeersch continuará a cruzar-se com vários compatriotas: Meeus, Maxim Van Gils, Arne Marit e Remco Evenepoel.
Em particular, o duplo campeão olímpico chamará muita atenção nas novas cores: “Já me diverti muito a treinar com o Remco. Conhecia-o bem porque se dá muito bem com o Mathieu e costumávamos treinar juntos em Espanha. O laço já existia… e agora só vai ficar mais forte”.