A 9.ª etapa da Volta à Itália 2025 promete ser um dos momentos mais marcantes da corrida, levando o pelotão por uma rota punitiva através das lendárias estradas de gravilha branca da Toscana. Com cerca de 30 km de sterrato, subidas curtas e explosivas e um final dramático em Siena, pela brutal Via Santa Caterina, esta jornada, já apelidada de "mini Strade Bianche", poderá ser decisiva numa edição em que o caos táctico, os problemas mecânicos e os acidentes estarão sempre à espreita.
Para
Alberto Contador, antigo vencedor do Giro, esta etapa assume um papel central na luta pela Maglia Rosa. "Acho que o Giro favorece claramente os trepadores. Os 42 km de contrarrelógio não são suficientes para compensar a dureza brutal de algumas etapas de montanha", afirma na sua antevisão detalhada para o Eurosport. "No fundo, o Giro é a corrida que mais recompensa os trepadores — tanto pela quantidade de subidas como pela sua inclinação. Muitas ultrapassam os 10%, o que favorece ciclistas mais leves, entre os 50 e 55 kg."
A edição de 2025 arranca na Albânia, com um trio de etapas iniciais que, segundo Contador, podem ter impacto imediato, sobretudo se forem disputadas de forma agressiva. "Temos visto isso em corridas como a Volta a França, basta lembrar o arranque em Bilbau. Penso que é uma boa medida porque ajuda a reduzir a tensão no pelotão, o que melhora a segurança."
Apesar disso, o espanhol não acredita que o início da corrida altere significativamente a preparação dos favoritos. "Os ciclistas já chegam na melhor forma possível, prontos para competir. Quer comecem com uma montanha ou um sprint, já estão com o peso certo, prontos para correr. Até pode ser benéfico começar com dureza, pois pode acalmar um pouco o ritmo geral."
Entre as etapas de maior impacto, além das clássicas batalhas nas altas montanhas, Contador sublinha a importância estratégica da etapa de gravilha. "Os dois contrarrelógios serão decisivos, alguns tentarão abrir diferenças, enquanto trepadores puros como os irmãos Yates ou Mikel Landa terão de limitar perdas. Mas o dia do sterrato será especialmente traiçoeiro. Não se vai ganhar o Giro aí, mas pode-se certamente perdê-lo. Um furo, uma queda... tudo pode acontecer. E se chover, o lamaçal pode criar diferenças ainda maiores."
Contador também antevê um papel fundamental para a etapa do Colle delle Finestre, com os últimos 8 km também em gravilha. "É um dos dias mais duros da prova. Acredito que tanto a Red Bull - BORA - hansgrohe como a UAE Team Emirates - XRG vêm com ambições claras. Espero vê-las a controlar a corrida desde cedo."