Alberto Contador sobre o clima na Emirates para a Vuelta: "Com o cenário atual, em que parece que Ayuso quer deixar a equipa, tudo pode acontecer"

Ciclismo
sábado, 23 agosto 2025 a 9:32
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Alberto Contador, tricampeão da Volta a Espanha, esteve presente na apresentação oficial da corrida em Turim e não deixou de partilhar a sua visão sobre os protagonistas da última Grande Volta do ano. Em declarações à Marca, o antigo campeão espanhol analisou os favoritos, as dinâmicas de liderança e as chaves que poderão decidir as três semanas de competição.

A conceção da corrida

Para Contador, o desenho da prova elimina parte da tensão inicial: “Já no segundo dia há uma chegada em alto de segunda categoria, o que ajuda a reduzir os nervos e a evitar quedas. Ao mesmo tempo, três finais consecutivos em alto podem definir a classificação demasiado cedo. Com Jonas Vingegaard na partida, que considero o segundo melhor ciclista de Grandes Voltas do mundo a seguir a Pogacar, ele vai certamente tentar tirar partido logo desde o início.”

A chave para a vitória

“O mais importante não é ser o mais forte, mas o mais consistente. Com tantas chegadas em alto e dias exigentes, a chave é não falhar. Evitar um dia mau pode ser suficiente para lutar pela vitória. O Roglic venceu assim, mesmo sem ser sempre o mais dominante. Se fores regular e não te afundares, estás muito perto da vitória.”

Força coletiva: Visma vs. UAE

Contador destaca o equilíbrio entre as duas principais formações. “Ambas trazem equipas fortíssimas. Mais do que os nomes, importa a condição em que o líder chega. A Emirates tem profundidade, mas a Visma apresenta-se com ciclistas como Jorgenson, Campenaerts, Van Baarle ou Kuss. Está muito equilibrado.”

Juan Ayuso em foco

“É um corredor muito importante. Já sabe o que é subir ao pódio numa idade jovem, mas ainda lhe falta dar o passo final para a vitória. Acredito que a Emirates vai dar liberdade tanto ao João Almeida como ao Ayuso para lutarem, e será a estrada a decidir quem lidera. A dupla liderança pode ser uma carta importante para pressionar Vingegaard, que em teoria tem vantagem pelo que já mostrou: dois Tours e consistência em Grandes Voltas.”

O dilema Ayuso–Almeida

Contador recorda que a co-liderança nem sempre foi pacífica: “No passado já houve atritos. E agora, com a possibilidade de Ayuso deixar a equipa, tudo pode acontecer.”
Sobre Almeida, que abandonou a última Volta a França, vê até um lado positivo: “Pode ser benéfico. O Tour desgasta muito e não o ter feito até ao fim pode dar-lhe frescura, desde que tenha tido tempo para recuperar.”

Espanha vs. Itália no ciclismo atual

Contador também abordou a rivalidade entre Espanha e Itália: “A Espanha tem o Ayuso, que já se afirmou muito cedo e está entre os principais candidatos. Talvez ainda seja cedo para o Tour, mas no Giro já estava entre os favoritos com Roglic e agora na Vuelta parte como terceiro nome mais forte. Quanto à Itália, o Ciccone está a ter uma grande época, mas nunca conseguiu ficar no top 10 de uma Grande Volta. Por isso, diria que a Espanha está um pouco à frente, embora não por muito.”
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