Alpecin-Deceuninck critica falta de colaboração na perseguição a Pedersen em Gent-Wevelgem

As consequências da Gent-Wevelgem 2025 não se ficaram pela corrida em si. O desempenho dominante de Mads Pedersen e o aparente desinteresse de parte do pelotão em colaborar na perseguição ao dinamarquês incendiaram os ânimos — e geraram uma verdadeira guerra de palavras, com a Alpecin-Deceuninck no centro da contestação.

Jasper Philipsen, líder da equipa belga, não escondeu a frustração no final da prova, apontando diretamente à Soudal – Quick-Step pela sua alegada passividade nos quilómetros decisivos. “Talvez tenha sido uma pena que a Soudal-Quick Step não tenha colocado outro homem na perseguição”, desabafou Philipsen ao Sporza. “No fim, ainda lançaram o sprint para o Merlier com três ciclistas. Eu já não tinha ninguém porque todos tinham sido usados. Prefiro arriscar e tentar ganhar do que contentar-me com o segundo lugar.”

O chefe de equipa da Alpecin-Deceuninck, Christoph Roodhooft, corroborou o desabafo do seu sprinter e reforçou a crítica à falta de empenho de outras equipas. “Tentámos correr para o primeiro lugar, mas foi ingénuo da nossa parte pensar que isso era o mais importante... Afinal, só três equipas é que estavam realmente a correr”, afirmou, visivelmente incomodado, em declarações à Wieler Revue. “Vi a Uno-X Mobility e uma pessoa da Soudal - Quick-Step. Uma! Nós colocámos toda a gente no esforço e acabámos por deixar o Jasper completamente sozinho. Se todos tivessem adotado essa postura passiva, ainda estaríamos todos a discutir quem queria ser segundo.”

Mas as críticas não se ficaram pela vertente tática. Roodhooft revelou também uma série de percalços ao longo do dia que minaram a estratégia da Alpecin - Deceuninck. “Tivemos um furo com o Gianni Vermeersch e não havia carro neutro atrás dele, acabou no grupo dos desistentes. Havia espaço suficiente para assistência, foi uma situação frustrante.”

“Depois o Jasper furou e teve de seguir agarrado à mota do Robbe Ghys. Mais tarde, uma queda impediu que recuperássemos bem essa situação. A verdade é que sabíamos que a Lidl-Trek ia endurecer a corrida, e foi isso que aconteceu. O Jasper chegou a Wevelgem, certo? Mas esteve sozinho na fase decisiva. Tentou ganhar, estava em modo de ataque, e isso é o que importa.”

A Alpecin - Deceuninck terminou a corrida com Philipsen fora do pódio e um sentimento de impotência perante a falta de colaboração no pelotão. A frustração é evidente, mas a vontade de lutar continua — com a Volta à Flandres no horizonte.

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