Análise: Carlos Rodriguez pode perder liderança na INEOS com chegada de Kevin Vauquelin

Ciclismo
sexta-feira, 28 novembro 2025 a 18:00
rodriguez
A temporada de 2026 perfila-se como uma das mais determinantes dos últimos anos para a INEOS Grenadiers. A formação britânica entra numa nova fase com Geraint Thomas no papel de Director de Corrida após pendurar a bicicleta, e a prioridade é inequívoca: reconquistar protagonismo nas Grandes Voltas, com a Volta a França como objetivo absoluto. É neste enquadramento que a forma e a evolução de Carlos Rodriguez se tornam mais decisivas do que nunca.
O espanhol, atualmente com o estatuto de líder de classificação geral mais credível dentro da estrutura, tem mostrado dificuldade em cumprir plenamente o potencial que lhe foi atribuído. Após uma Volta a França 2025 comprometida logo nas primeiras etapas, viu-se obrigado a procurar espaço em fugas, chegando a entrar no top 10 antes de abandonar devido a uma queda na 18.ª etapa.
Para uma equipa que outrora dominou o Tour com Chris Froome e o próprio Geraint Thomas, perder relevância simplesmente não é admissível. É precisamente essa urgência que explica a aposta forte na contratação de Kevin Vauquelin.

Vauquelin como aposta estratégica para o futuro

O francês, proveniente da estrutura da Arkea, terminou em sétimo lugar na classificação geral da Volta a França de 2025. Aos 24 anos, destaca-se como um dos mais promissores talentos do ciclismo francês, lado a lado com o emergente Paul Seixas. Para a INEOS, Vauquelin representa um investimento estratégico de longo prazo, com capacidade para devolver a equipa ao topo da prova mais mediática do calendário.
Contudo, a sua chegada introduz inevitavelmente questões sobre a hierarquia interna. Se Vauquelin se adaptar rapidamente e der indícios de poder liderar uma Grande Volta, Rodriguez arrisca-se a ver a sua posição na estrutura técnica claramente reduzida - um cenário sensível para o ciclismo espanhol, tendo em conta que ele e Juan Ayuso são apontados como os dois nomes mais consistentes na sucessão geracional do país para a classificação geral.

Movistar volta à equação

Paradoxalmente, uma eventual descida de estatuto dentro da INEOS pode acabar por beneficiar Rodriguez. Um papel secundário poderá aumentar o seu valor de mercado e tornar a sua saída atrativa para outras equipas. Apesar do contrato válido até 2027, movimentos a meio de ciclo tornaram-se cada vez mais comuns - a transferência recente de Juan Ayuso da UAE para a Lidl-Trek é disso exemplo.
A Movistar surge novamente como o destino natural. Estiveram perto de o contratar em 2024, mas a INEOS acionou uma cláusula que permitiu segurá-lo, mediante uma compensação de 4 milhões de euros aos espanhóis. Com a equipa agora em plena renovação da liderança, a sua chegada neste momento encaixaria estrategicamente como peça central da transição.
A formação espanhola já assegurou Cian Uijtdebroeks, que acabou por não ter margem de progressão na Visma devido à liderança de Jonas Vingegaard. Enric Mas aproxima-se das fases finais da carreira ao mais alto nível, e o alinhamento estratégico com Rodriguez, quer em idade quer em consistência, parece cada vez mais lógico.
aplausos 0visitantes 0
loading

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios

Loading