ANÁLISE - Tudor e Q36.5 confirmam presença nas Grandes Voltas após apostas ousadas no mercado

Ciclismo
segunda-feira, 28 abril 2025 a 12:45
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Hoje em dia, ser equipa do WorldTour já não é a única via para participar numa Grande Volta — pelo menos fora de Itália, França e Espanha. Em 2025, duas formações de grande orçamento, mas ainda de "segunda linha", como a Tudor Pro Cycling Team e a Q36.5 Pro Cycling Team, conseguiram dividir entre si os convites (wildcards) para a Volta a Itália, Volta a França e Volta a Espanha. E nesta primavera, provaram que merecem o voto de confiança.
Não se conhecem publicamente todas as razões que levaram os organizadores das Grandes Voltas a atribuir os convites, mas o essencial é claro: a Tudor estará no Giro e no Tour, enquanto a Q36.5 foi selecionada para o Giro e para a Vuelta.
Com forte capacidade financeira, ambas surpreenderam no mercado de transferências, recrutando ciclistas de peso. A Q36.5 contratou Tom Pidcock, enquanto a equipa de Fabian Cancellara — a Tudor — assegurou os serviços de Marc Hirschi e da lenda Julian Alaphilippe, figuras fundamentais para impulsionar a notoriedade das equipas.
A contratação destas estrelas teve impacto imediato: surgiram convites para as Grandes Voltas. Paralelamente, a UCI aumentou o número de wildcards de duas para três equipas, o que beneficiou diretamente as formações suíças — coincidência ou não.
Ainda assim, a situação gerou polémica, sobretudo na Vuelta, que deixou de fora a Equipo Kern Pharma, vencedora de três etapas em 2024, o que suscitou críticas no meio ciclístico espanhol.
Do ponto de vista estratégico, a aposta da Tudor em Alaphilippe e Hirschi foi um sucesso: sem eles, dificilmente teriam recebido convites para duas Grandes Voltas. Mas, olhando estritamente para o desempenho desportivo dos dois ciclistas nesta temporada, os resultados não foram impressionantes.

Julian Alaphilippe em 2025

Clássicas
  • Figueira Champions Classic: 8.º lugar
  • Milan-Sanremo: 42.º lugar
  • Amstel Gold Race: 20.º lugar
  • Flèche Wallonne: 22.º lugar
  • Liege-Bastogne-Liege: 58.º lugar
Corridas por etapas
  • Volta ao Algarve Geral: 20.º lugar
  • Paris-Nice Geral: 44.º lugar
  • Volta ao País Basco DNF na 6.ª etapa
Apesar do empenho, Alaphilippe tem mostrado dificuldades em recuperar o nível que o levou ao topo do ciclismo mundial.

Marc Hirschi em 2025

Clássicas
  • Clàssica Comunitat Valenciana: 1.º lugar
  • Trofeo Calvia: 5.º lugar
  • Trofeo Serra Tramuntana: 8.º lugar
  • Faun Drôme Classic: 4.º lugar
  • Strade Bianche: 24.º lugar
  • Milan-Torino: 14.º lugar
  • GP Miguel Indurain: 6.º lugar
  • Amstel Gold Race: 40.º lugar
  • Fleche Wallonne: 49.º lugar
  • Liege-Bastogne-Liege: 45.º lugar
Corridas por etapas
  • Tirreno-Adriatico Geral: 23.º lugar
  • Volta ao País Basco Geral: 62.º lugar
Depois de um arranque promissor em Valência, Hirschi também perdeu fôlego ao longo da primavera.

Conclusão

Apesar dos desempenhos discretos, a força comercial de ambos — aliada à construção de equipas mais sólidas — abriu-lhes as portas para o maior palco do ciclismo. Agora, resta saber se Tudor e Q36.5 conseguem retribuir a confiança dentro das estradas do Giro, do Tour e da Vuelta.
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