Analistas fazem uma leitura aberta sobre a Volta a Itália: "O Roglic tem mais vitórias em Grandes Voltas do que todos os outros juntos"

Ciclismo
quinta-feira, 08 maio 2025 a 16:40
tompidcock
A Volta à Itália de 2025 arranca esta sexta-feira com uma etapa inaugural na Albânia e um percurso que promete caos, surpresas e uma batalha titânica pela Maglia Rosa. Embora as casas de apostas apontem para um sprint na 1.ª etapa, analistas como Johan Bruyneel e Spencer Martin discordam e antecipam uma jornada bem mais imprevisível.
"Não vou apostar num sprint. Escolho o Tom Pidcock para vencer a etapa de amanhã", afirmou Bruyneel no podcast The Move, justificando com o perfil técnico da chegada, onde as descidas podem favorecer o britânico. "Tudo o que envolva descidas técnicas joga a favor do Pidcock, e ele também é rápido."
Martin apoiou a previsão: "A odd de 33 para 1 no Pidcock é excelente para uma etapa com este tipo de perfil." Apesar de Mads Pedersen e Kaden Groves partirem como favoritos para o sprint, tanto Bruyneel como Martin são cépticos: "Surpreende-me que as casas de apostas estejam tão certas de que será uma chegada ao sprint", disse Bruyneel. Martin reforçou: "Também não estou convencido."
Entre os nomes que podem aproveitar a exigência da etapa estão Wout van Aert, o próprio Pidcock e outros oportunistas prontos para brilhar desde o início.

Roglic vs Ayuso: o duelo pela Maglia Rosa

Quando o tema passa para a classificação geral, não há dúvidas entre os especialistas: este Giro será uma corrida entre Primoz Roglic e Juan Ayuso.
"Escolho o Roglic para vencer. É um finalizador, metódico e esta corrida encaixa perfeitamente no seu estilo", declarou Bruyneel. Martin apoiou a escolha com números: "Nas últimas sete Grandes Voltas que terminou, venceu cinco e subiu ao pódio em todas. Somando os 20 principais candidatos deste Giro, o Roglic tem mais vitórias em Grandes Voltas do que todos os outros juntos."
Se alguém pode bater o líder da Red Bull - BORA - hansgrohe, é o jovem espanhol da UAE Team Emirates - XRG. "O Ayuso é o outro grande favorito. Está em excelente forma este ano e esta é claramente a sua prioridade máxima", afirmou Bruyneel.
Martin acrescentou que a concorrência directa parece estar condicionada por funções secundárias: "O Danny Martinez pode ter uma boa chance, o Hindley talvez em teoria, mas se o Roglic estiver forte, muitos destes ciclistas vão acabar por trabalhar para ele."
Tom Pidcock vai fazer a sua estreia na Volta a Itália
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Candidatos ao pódio: Bernal e Landa à espreita

Na inevitável pergunta "E se não for Roglic nem Ayuso?", surgem dois nomes: Egan Bernal e Mikel Landa.
"Vejo o Bernal como um forte candidato ao pódio. Tem experiência, capacidade de sofrimento e é particularmente forte na última semana, onde o Giro será decidido", explicou Bruyneel. Com mais de 53.000 metros de desnível acumulado, o colombiano pode ser um nome decisivo se a corrida rebentar tardiamente.
Quanto a Landa, o comentário é mais ácido, mas não menos realista: "Se Roglic e Ayuso caíssem, não sei se o Landa ganhava. Provavelmente acabaria em segundo atrás de outro qualquer. Mas sim, pode muito bem acabar no pódio."

Etapas chave: atenção à 16.ª e à 20.ª

Com etapas de alta montanha, contrarrelógios técnicos e descidas traiçoeiras, o Giro 2025 apresenta vários momentos chave. Entre os mais relevantes:
  • Etapa 16: Uma jornada duríssima, apontada por Bruyneel como "de grande interesse para os fãs".
  • Etapa 20: Com o Sestriere e o icónico Colle delle Finestre, poderá decidir tudo. "Se conseguirmos ter o Finestre, esta etapa poderá mudar completamente a geral", apontou Bruyneel.
Contudo, a neve nos Alpes poderá ser um factor externo imprevisível: "Esperemos que o Finestre esteja transitável. Seria uma pena perder essa oportunidade de se decidirem as coisas no penúltimo dia."
No final, o consenso entre os analistas foi claro: esta será uma Grande Volta com espaço para surpresas, mas a Maglia Rosa está destinada a ser disputada entre dois nomes.
"Há uma grande diferença entre ser candidato ao pódio e ter capacidade para vencer uma Grande Volta", concluiu Bruyneel. E Martin sintetizou: "Honestamente, não vejo nenhum dos outros a conseguir ganhar."
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