Análise: retrospetiva das últimas 5 edições da Strade Bianche, com vencedores de luxo e exibições impressionantes

Este fim de semana vai correr-se a Strade Bianche, uma corrida que rapidamente se tornou uma das favoritas dos fãs e dos ciclistas. Conhecida pelas suas deslumbrantes estradas de gravilha branca, subidas íngremes da Toscana e um final na deslumbrante Piazza del Campo em Siena, a Strade Bianche é uma das corridas mais únicas e visualmente espetaculares do calendário. E nós mal podemos esperar pela primeira pedalada.

Apesar de ser um evento relativamente novo (foi realizado pela primeira vez em 2007), a Strade Bianche já ganhou um prestígio semelhante ao de um Monumento, com muitos a argumentarem que merece ser considerada o sexto Monumento.

A corrida proporcionou momentos verdadeiramente inesquecíveis ao longo dos últimos anos, com Tadej Pogacar a afirmar-se como a força dominante do lado masculino, enquanto a corrida feminina foi palco de batalhas emocionantes entre as maiores estrelas do pelotão.

À medida que a edição de 2025 se aproxima, com nomes como Pogacar e Tom Pidcock a lutarem pela vitória, fazemos uma retrospetiva das últimas cinco edições para ver o que a história nos pode ensinar sobre a corrida deste ano.

Há 12 meses, na edição de 2024 da Strade Bianche, Tadej Pogacar teve um desempenho de cortar a respiração, reforçando a sua reputação de mestre da prova. Atacou a 81 quilómetros do fim, num audacioso esforço a solo que deixou os seus rivais a ter que se contentar com a luta pela 2ª posição. Apesar dos esforços de perseguição atrás de si, Pogacar nunca vacilou, mostrando a sua resistência suprema e habilidade técnica nas estradas de gravilha da Toscana.

A sua vitória juntou-se à sua já lendária vitória em 2022, provando que quando Pogacar está em boa forma, a Strade Bianche é o seu recreio. A vitória foi também uma espécie de prenúncio do que estava para vir na temporada de tripla coroa do esloveno, onde ele ganhou corridas, repetindo a fórmula de sucesso dos ataques de longe.

Na corrida feminina, Lotte Kopecky venceu, derrotando Elisa Longo Borghini e Demi Vollering num final emocionante. A superestrela belga, que já tinha vencido a corrida em 2022, confirmou o seu estatuto de uma das mais fortes corredoras de um dia do mundo.

A capacidade de Kopecky para lidar com o terreno brutal e lançar um ataque decisivo no momento perfeito fez a diferença, mostrando porque é a rainha da Strade Bianche.

Curiosamente, tanto os vencedores da corrida masculina como da feminina acabaram por conquistar o título mundial mais tarde nessa época...

A edição de 2023 viu um novo nome ser acrescentado à lista de vencedores, com Tom Pidcock a conquistar uma das melhores vitórias da sua carreira até à data. O britânico atacou a partir dos 50 quilómetros, assumindo um risco enorme numa corrida em que os ataques a solo tão cedo raramente são bem sucedidas.

A sua capacidade técnica na gravilha permitiu-lhe manter a liderança enquanto navegava no terreno desafiante, afastando-se do grupo perseguidor. O momento em que chegou sozinho à Piazza del Campo de Siena, de braços erguidos, foi um dos seus melhores momentos com a INEOS, mas será que consegue repetir a proeza com a sua nova equipa?

Na prova feminina, foi Demi Vollering quem triunfou, ultrapassando a sua colega de equipa Lotte Kopecky num lendário final ao sprint. As companheiras de equipa da SD Worx dominaram a corrida, mas no final foi Vollering quem foi a mais forte, conquistando a vitória.

Esta corrida marcou uma grande mudança na carreira de Vollering, que se tornou uma das mais consistentes especialistas em clássicas e candidatas à classificação geral.

Poucos desempenhos na história do ciclismo podem igualar a obra-prima de Tadej Pogacar na Strade Bianche de 2022. Isto para além de, bem, Pogacar na Strade Bianche em 2024, da sua vitória nos campeonatos do mundo de 100 km a solo e de todas as suas outras vitórias a solo espetaculares.

Em 2022, o líder da UAE Team Emirates lançou um ataque a solo devastador a 50 quilómetros do fim, batendo uma série de especialistas em clássicas de elite.

O que tornou a sua vitória ainda mais notável foi a facilidade com que se distanciou dos seus rivais. A sua capacidade de manter um ritmo alucinante nas estradas de gravilha e de subir as subidas íngremes com pujança demonstrou o seu já conhecido brilhantismo. Foi uma vitória que suscitou comparações com as maiores provas da história do ciclismo.

Lotte Kopecky conquistou o seu primeiro título na Strade Bianche em 2022, ultrapassando Annemiek van Vleuten em mais uma corrida feminina renhida.

A corrida foi uma batalha extenuante, com Kopecky a mostrar a sua garra e força para se manter ao lado de Van Vleuten antes de lançar o seu sprint na subida final para Siena. Esta vitória marcou o início da supremacia de Kopecky nas clássicas, abrindo caminho para os títulos mundiais.

A Strade Bianche 2021 foi uma edição clássica, com Mathieu van der Poel a conquistar uma vitória eletrizante. A superestrela holandesa fazia parte de um grupo de elite que incluía Julian Alaphilippe e Egan Bernal, mas guardou o seu melhor para o fim.

Na última rampa de Siena, Van der Poel lançou um ataque feroz, deixando os seus rivais estupefactos para alcançar a vitória. A sua explosividade e capacidade técnica foram bem demonstradas e a sua vitória acrescentou mais um capítulo emocionante à história da corrida.

Na lista de todas as incríveis vitórias de Van der Poel, esta é uma das melhores. Correndo contra o então campeão do mundo JulianAlaphilippe, o holandês mostrou que estava numa liga diferente.

A corrida feminina de 2021 assistiu a uma aula de mestre da SD Worx, com Chantal van den Broek-Blaak a sair vitoriosa. A equipa executou uma tática de corrida perfeita, lançando Van den Broek-Blaak para fazer o seu ataque no momento perfeito.

O seu poderoso ataque a solo nos últimos quilómetros garantiu à SD Worx mais uma grande vitória, a primeira das suas três vitórias consecutivas em Siena.

A edição de 2020 da Strade Bianche foi única, uma vez que foi remarcada para agosto devido à pandemia. O calor abrasador do verão tornou a gravilha ainda mais brutal, mas foi Wout van Aert que saiu vitorioso ao estilo de Wout van Aert.

O belga, que tinha terminado em terceiro nas duas edições anteriores, atacou sozinho e conseguiu aguentar o grupo perseguidor. A sua capacidade de brilhar no terreno desafiante e de apresentar um grande desempenho em condições extremas permitiu-lhe aguentar Davide Formolo numa corrida de quase 5 horas.

Na prova feminina, Annemiek van Vleuten fez um ataque de marca registada para conquistar a vitória pela segunda vez na sua carreira. A estrela holandesa, conhecida pelos seus ataques longos, movimentou-se a 30 quilómetros do fim, esmagando as suas rivais e vencendo de forma categórica à frente de Mavi Garcia.