Antevisão e favoritos - Volta a Espanha 2025, 17ª etapa: Vingegaard e Almeida vão medir forças no Morredero? E a corrida, continuará?

Ciclismo
quarta-feira, 10 setembro 2025 a 10:41
Thumbnail_Vuelta17
Fazemos a antevisão da 17ª etapa da Volta a Espanha, que terá lugar a 10 de setembro. Será um dia chave para a classificação geral, caso a corrida não fique novamente bloqueada. O Alto de El Morredero é uma subida duríssima e a chegada ao topo pode revelar-se decisiva no desfecho da luta entre Jonas Vingegaard e João Almeida. A etapa está prevista para começar às 12h40 e terminar por volta das 16h00.
Mais uma etapa de alta montanha na Galiza. A 17ª etapa será curta mas muito exigente, com final em alto no duro Alto de El Morredero. A jornada passará por uma região recentemente devastada por incêndios florestais, mas cuja paisagem continua marcada por grande beleza natural.

Perfil

O Barco de Valdeorras - Alto de El Morredero; 143,2 quilómetros
O Barco de Valdeorras - Alto de El Morredero; 143,2 quilómetros
Trata-se de mais uma etapa em formato unipuerto. Até Ponferrada o percurso apresenta apenas algumas ondulações, mas nada de significativo, antes de o pelotão enfrentar a subida final. O Alto de El Morredero apresenta 12,1 quilómetros a 7,9% de média, embora dividido em diferentes secções. Os primeiros 1,5 quilómetros já castigam com rampas a 9% de média, seguidos de um trecho mais suave, praticamente plano, que conduz ao início “oficial” da ascensão.
A parte decisiva está guardada para os últimos 8,8 quilómetros, com uma média de 9,5%. É uma subida duríssima, sobretudo na primeira metade desta secção final, onde os trepadores podem partir o pelotão e mexer seriamente com a classificação geral. A estrada leva os ciclistas para uma zona exposta, que é menos inclinada do que o início, mas suficientemente dura para consolidar diferenças.
Mapa da 17ª etapa da Volta a Espanha 2025
Mapa da 17ª etapa da Volta a Espanha 2025

O tempo

Há algumas hipóteses de chuva e é bastante provável que em determinado momento do dia se verifiquem aguaceiros, o que poderá tornar as descidas particularmente traiçoeiras. Também se espera vento forte de oeste. No entanto, ao contrário do que aconteceu em La Farrapona, o vento não deverá bloquear a corrida desta vez, já que soprará maioritariamente como vento de costas cruzado na subida final, sem secções expostas a vento de frente.

Os Favoritos

Luta pela classificação geral – Tudo isto tem de ser analisado com cautela, porque, sinceramente, receio pela continuidade da corrida. Os manifestantes já perceberam como podem neutralizar e comprometer a prova, tanto nas chegadas ao sprint como nas subidas. Isto significa que, caso haja pessoas dispostas e com força de vontade, poderão voltar a fazê-lo amanhã e, para ser franco, não vejo o que se possa fazer para o impedir.
Mas, para efeitos de antevisão, devemos assumir que tudo decorrerá normalmente. Jonas Vingegaard contra João Almeida: em teoria, a subida favorece ambos, já que se trata de um esforço longo e assistiremos a novo embate entre os dois. Um dia mau para qualquer um deles pode significar o fim das respetivas ambições de conquistar a corrida, tendo em conta que apenas os separam 48 segundos.
A equipa da Emirates não tem aqui muito espaço para fazer a diferença. É provável que endureçam a subida final para preparar um ataque de João Almeida, mas a verdade é que o português terá de ter pernas para conseguir bater Jonas Vingegaard. A situação assemelha-se à que o dinamarquês viveu na Volta a França frente a Tadej Pogacar, em que a táctica da equipa pouco podia alterar.
Luta pelo pódio – A disputa pela vitória irá monopolizar as atenções, mas também poderemos assistir a batalhas no Top 10 com impacto direto no desenrolar da etapa. Hoje vimos a Bahrain-Victorious impor ritmo para travar Egan Bernal na tentativa de entrar no Top 10 e, ao mesmo tempo, para distanciar William Junior Lecerf. Com Felix Gall a perder tempo e possivelmente a acusar o desgaste, a BORA e até a Israel poderão tentar explorar essa fragilidade, caso o austríaco volte a ficar para trás.
Se a BORA tiver homens suficientes, deverá voltar a endurecer a corrida e colocar Tom Pidcock sob pressão, de modo a abrir espaço para que Jai Hindley ataque o pódio. Já vimos Giulio Pellizzari trabalhar para Hindley em La Farrapona, por isso este cenário parece bastante plausível, a menos que o grupo rebente demasiado cedo.
Uma coisa é certa: a Visma não se irá comprometer com a perseguição. A equipa ainda conta com seis homens em prova e, apesar de van Baarle e Kelderman - que assumiram a maior parte do trabalho - se manterem em competição, têm todas as razões para rolar o mais devagar possível. Se a BORA ou a Emirates quiserem ter uma oportunidade de disputar a etapa e somar segundos bonificados, terão de ser eles a assumirem as despesas da perseguição.
Mas temos boas hipóteses de uma fuga ser bem sucedida novamente, especialmente porque Santiago Buitrago, Antonio Tiberi, Juan Ayuso, Jay Vine, Eddie Dunbar, Jefferson Alveiro Cepeda, Mikel Landa, Finlay Pickering, Marco Frigo e Bob Jungels são todos homens que têm uma hipótese, se conseguirem encontrar e entrar no grupo certo. No entanto, não será fácil, porque o inicio é maioritariamente plano e não permitirá a formação de grupos de trepadores puros.

Previsão Volta a Espanha 2025, 17ª etapa:

*** Santiago Buitrago, Jay Vine
** Jonas Vingegaard, João Almeida, Antonio Tiberi, Mikel Landa
* Jai Hindley, Matthew Riccitello, Felix Gall, Giulio Pellizzari, Tom Pidcock, Juan Ayuso, Eddie Dunbar, Marco Frigo, Bob Jungels
Escolha: Santiago Buitrago
Como: Vitória a solo após contra atacar a partir da fuga.
Original: Rúben Silva
aplausos 0visitantes 0
loading

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios

Loading