O Tour de Guangxi, última prova do World Tour da temporada, encerra o calendário internacional com seis dias de competição na China, onde ainda estão em jogo valiosos pontos UCI e vitórias de prestígio. A 5ª etapa, marcada para o dia 18 de outubro, será o ponto alto da corrida, a tradicional chegada em Nongla, considerada a etapa rainha da prova. A partida está prevista para as 04:12 e a chegada para as 07:40.
Como é habitual, a jornada apresenta um perfil “uniporto”, expressão usada pelos espanhóis para definir uma etapa plana com uma única subida decisiva no final. O percurso é tranquilo durante quase todo o dia, antes de culminar numa ascensão curta, mas extremamente íngreme, uma das marcas características deste final.
Nongla: curta, explosiva e decisiva
A subida final tem 3,2 quilómetros com uma pendente média de 7,3%, mas a verdadeira seleção deverá ocorrer nos últimos 1,2 quilómetros, onde a inclinação atinge quase 15% de média. É um final explosivo, ideal para puncheurs e trepadores, onde o momento do ataque será crucial.
Os primeiros movimentos podem surgir logo no início da subida, mas tudo indica que a maioria dos favoritos aguardará pelos metros finais, onde o esforço é totalmente anaeróbico. Num cenário destes, um ataque prematuro pode ser suicida, a gestão do ritmo e a capacidade de explosão no último quilómetro serão determinantes.
Os candidatos à vitória
A INEOS Grenadiers apresenta uma dupla forte com
Jhonatan Narváez e
Jan Christen, ambos capazes de brilhar neste tipo de final. No entanto, o leque de candidatos é vasto: Victor Lafay, Mikkel Honoré, Thomas Gloag e Paul Double destacam-se como ciclistas com o perfil ideal para este tipo de subida curta e violenta.
Também Pello Bilbao e Roger Adrià poderão aspirar à vitória, se conseguirem encontrar o ritmo certo no momento decisivo.
O dilema de Paul Magnier
Um dos grandes pontos de interesse será perceber como
Paul Magnier, o dominador absoluto das quatro primeiras etapas, reagirá à exigência da subida final. O francês parte para a etapa com 33 segundos de vantagem sobre Narváez e cerca de 40 segundos sobre os restantes favoritos da geral, margem que lhe dá alguma tranquilidade, mas não garantia.
Magnier tem mostrado resistência suficiente para lidar com subidas moderadas, mas o muro de Nongla representa um teste completamente diferente. Se conseguir limitar as perdas, poderá manter a liderança e coroar uma
Volta a Guangxi perfeita; caso contrário, a camisola de líder poderá mudar de dono na véspera do encerramento.
A etapa de Nongla promete, assim, ser o momento-chave da Volta a Guangxi 2025, onde os puncheurs tentarão impor a sua explosividade e os trepadores farão tudo para reabrir a luta pela classificação geral. Num final que combina táctica, potência e instinto, quem tiver as melhores pernas nos últimos 1200 metros levará não só a vitória, mas talvez o próprio triunfo na corrida chinesa.
Etapa 5: Yizhou - Nongla
Yizhou - Nongla, 165,8 quilómetros
Previsão da etapa 5 da Volta a Guangxi:
*** Jhonatan Narváez, Jan Christen
** Victor Lafay, Mikkel Honoré, Thomas Gloag, Paul Double
* Ewen Costiou, Pello Bilbao, Aurélien Paret-Peintre, Remy Rochas, Roger Adrià, Jorgen Nordhagen, Anthon Charmig
Escolha: Jhonatan Narváez
Cenário previsto: A Emirates vai acelerar na primeira parte da subida e o equatoriano vai ser o mais forte na parede íngreme até à meta.
Jhonatan Narváez pode conseguir mais uma vitória para a Emirates. @Sirotti
Original: Rúben Silva