A Omloop Het Nieuwsblad é a primeira clássica empedrada da época e a primeira do "Fim-de-Semana de Abertura". Uma corrida com grande significado histórico, que até aos dias de hoje continua a assinalar o início da campanha das clássicas da primavera, a 1 de março. Fazemos a antevisão da corrida.
197 quilómetros no menu para a primeira grande clássica da temporada. Embora não tenha tantos quilometros como os desafios que se avizinham para o próximo mês de abril, é um grande dia que funciona como um aquecimento para os Monumentos. A primeira metade do dia deverá ser relativamente calmo, com apenas alguns sectores pelo meio, mas que mudará de panorama na segunda parte da corrida.
Dos 56 aos 28,5 km para a meta, encontramos um conjunto de sectores onde se esperam ataques, antecipando a chegada a Geraardsbergen. É aqui que a profundidade das equipas entrarará em ação, com muitas equipas a quererem pressionar os rivais e retirarem de si a responsabilidade de trabalhar na frente do pelotão. Haverão quatro sectores empedrados, quatro bergs e um sector empedrado em subida, tudo numa rápida sucessão.
As últimas secções decisivas chegam com o Muur de Geraardsbergen, a 15,5 quilómetros do final, que dispensa apresentações e será um local onde qualquer grupo que esteja à frente do pelotão perderá tempo, uma vez que a aproximação aos paralelepípedos é sempre feita em alta velocidade. É possível que se criem cortes no topo. O Bosberg vem logo de seguida, a 11,5 quilómetros do fim, também é difícil, mas criar diferenças aqui será muito mais complicado.
As coisas consolidam-se entre os dois sectores e os ciclistas com hipóteses de vencer estão normalmente muito equilibrados e juntos nas subidas íngremes. A partir daí, é uma aproximação rápida a Ninove, onde os ciclistas terminarão a corrida em estradas que lhes são familiares. Não teremos o mesmo final técnico como o ano passado, e teremos um final plano à saída do centro da cidade.
Cerca de 5 graus durante todo o dia, portanto será um dia bastante frio, com uma pequena possibilidade de chuva. No entanto, é o frio e especialmente o vento que podem afectar a corrida, uma vez que é esperado vento de nordeste moderado.
Visma - Wout van Aert não será o homem a bater nesta corrida. No papel, van Aert poderia ganhar num sprint, mas há tantos sprinters de qualidade presentes que, como sempre, a sua melhor hipótese estará num ataque. A Visma irá provavelmente tentar atacar e/ou seguir os ataques desde cedo, poupando van Aert e Matteo Jorgenson para os quilómetros finais, onde também terão a ambição de atacar certamente. No entanto, eles vão encontrar muitas dificuldades para levar a cabo esta missão, podendo a UAE ser o maior deles.
UAE Team Emirates - A UAE têm homens capazes de sprintar, mas com o pelotão que estará presente à partida eles terão de atacar e não confiarem na possiblidade de poderem vencer alguns dos homens mais rápidos. Cada um dos ciclistas da equipa pode ser uma carta a jogar... Portanto, certamente que eles deverão atacar desde o início do dia. Nils Politt e Florian Vermeersch podem entrar em jogo mais cedo, pois são rouleurs excepcionais... Jhonatan Narváez vai provavelmente tentar fazer a diferença no Muur; Tim Wellens pode tentar o mesmo e no Bosberg e António Morgado é um wildcard absoluto mas um ciclista muito perigoso tanto para as subidas como para as secções planas.
BORA - A BORA tem uma excelente carta com Jordi Meeus, que é um risco para uma parte final de corrida tão dura, mas que com a sua forma atual pode definitivamente sobreviver e depois ser um dos principais candidatos à vitória. A equipa alemã pode avaliar as suas hipóteses após o Bosberg - se ele estiver lá, o campeão em título Jan Tratnik e Oier Lazkano, entre outros, podem trabalhar para conter os ataques... E se ele não estiver, a equipa pode partir para o ataque com outras cartas.
Lidl-Trek - Sem Jonathan Milan (que estará presente em Kuurne) ou Mads Pedersen. Mathias Vacek está em brilhante estado de forma e será um ciclista muito perigoso para os quilómetros finais e até um outsider para um sprint... Jasper Stuyven, um antigo vencedor da corrida, está no mesmo cenário. Toms Skujins, Daan Hoole e Edward Theuns são todos outsiders se estiverem num bom dia.
Arnaud De Lie - O líder da Lotto é um ciclista que adora esta zona e estas subidas. É improvável que a corrida seja decidida antes dos obstáculos principais do dia, mas a equipa belga não tem muita profundidade para poder controlar o dia. Ele pode subir bem, pode sprintar bem... É uma questão das peças se encaixarem da forma que ele gosta e que a corrida fosse discutida num ao sprint num grupo reduzido.
As equipas acima são muito fortes e terão uma vantagem se tivermos um final táctico, mas nas duas últimas subidas tudo dependerá das pernas dos ciclistas. Temos alguns homens em boa forma, como Tom Pidcock - embora esta corrida não seja ao seu jeito, ele poderá ser outro homem perigoso para os quilómetros finais. Nas subidas, Dylan Teuns e Alberto Bettiol chamam à atenção. Nos quilómetros finais planos, nomes como Stefan Küng, Joshua Tarling e Jonas Abrahamsen não podem ser deixados de lado em nenhuma circunstância e pelo meio temos ciclistas como Matej Mohoric, Jopeph Blakmore e Rasmus Tiller.
Alguns dos homens acima mencionados têm boas hipóteses de poder vencer ao sprint, mas há outros que estarão especificamente a pensar nessa hipótese de se decidirem as coisas ao sprint como Jasper Philipsen, Kaden Groves e Biniam Girmay. Paul Magnier, líder na Soudal - Quick-Step, é outro sprinter a levar em linha de conta.
Bryan Coquard, Ivan Garcia Cortina, Jenthe Biermans, Oliver Naesen, Matteo Trentin, Fred Wright, Riley Sheehan, Davide Ballerini e o trio da EF Vincenzo Albanese, Madis Mihkels e Marijn van den Berg serão todos ciclistas a ter debaixo de olho.
Previsão Omloop Het Nieuwsblad 2025:
*** Wout van Aert, Jhonatan Narváez, Arnaud De Lie
** Matteo Jorgenson, Tim Wellens, Jordi Meeus, Jasper Philipsen
* Tiesj Benoot, Nils Politt, António Morgado, Florian Vermeersch, Jan Tratnik, Mathias Vacek, Jasper Stuyven, Matej Mohoric, Tom Pidcock, Alberto Bettiol, Matteo Trentin, Biniam Girmay, Marijn van den Berg, Paul Magnier, Bryan Coquard, Ivan Garcia Cortina
Escolha: Tim Wellens
Como: Apesar do vento de frente no final, há muitos ciclistas e equipas que quererão atacar e evitar um sprint. A Visma e a UAE vão querer atacar a corrida e a profundidade dos UAE coloca-os numa posição vantajosa. Apostamos novamente numa vitória com um ataque tardio.
Original: Rúben Silva
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— Omloop Nieuwsblad (@OmloopHNB) February 27, 2025