Antevisão, perfil e favoritos - GP do Quebeque 2025: Tadej Pogacar conseguirá a desforra de 2024?

Pela primeira vez desde a Volta a França, Tadej Pogacar volta esta quinta-feira à competição no GP do Quebeque 2025, uma das duas Clássicas canadianas do WorldTour. A prova decorre na sexta-feira, entre as 17h00 e as 22h05 (hora de Lisboa). A grande incógnita é clara: conseguirá o actual Campeão do Mundo impor-se perante rivais de peso como Wout van Aert ou Arnaud De Lie?

Este regresso marca o arranque da preparação de Pogacar para a defesa da Camisola Arco-Íris no Campeonato do Mundo de Kigali, mais tarde na temporada. Para afinar a forma, o líder da UAE Team Emirates enfrentará as duas Clássicas canadianas, começando precisamente pela corrida que lhe escapou em 2024.

O GP de Québec propõe 204 quilómetros, divididos em 18 voltas de cerca de 12,5 km, acumulando aproximadamente 2.500 metros de desnível positivo. Trata-se de uma corrida nervosa e exigente, com subida em cada volta, mas a grande novidade surge no desfecho.

A primeira metade do circuito leva o pelotão numa longa descida desde o centro histórico de Québec até à margem do rio, cobrindo os primeiros cinco quilómetros. Seguem-se cerca de quatro quilómetros planos, onde as equipas podem reorganizar-se e preparar a colocação dos seus líderes para as rampas decisivas.

O final promete ser bem mais duro do que nos últimos anos. Em vez do habitual duplo “muro” separado por uma curta descida, o pelotão terá agora de enfrentar a Côte de la Montagne, antes de uma longa recta ascendente até à meta. Esta rampa de 600 metros a 8%, com pendentes que chegam aos 17%, é terreno ideal para puncheurs e trepadores, não para sprinters. Do topo até à linha de chegada restam apenas 1,2 km de falso plano, cenário que favorece ataques tardios e mina as pernas dos homens rápidos.

Sempre que Tadej Pogacar se apresenta numa Clássica com terreno ondulado, é automaticamente o principal favorito. Chega a Québec nas mesmas condições de 2024, fresco de uma vitória na Volta a França e sem competir entretanto. A dúvida é saber se aprendeu com os ataques mal calculados do ano passado. Se arrancar em solitário, poucos conseguirão travá-lo; caso contrário, o final poderá abrir espaço a um sprint de um grupo reduzido, com a Emirates a dispor ainda da carta de Jhonatan Narváez.

Os maiores adversários? Wout van Aert, que o bateu na etapa final da Volta a França e chega cheio de confiança, e Arnaud De Lie, recentemente vencedor sobre Mathieu van der Poel e no melhor momento da carreira. Os pódios de 2024, Michael Matthews e Biniam Girmay, podem não ter atingido o auge de forma em 2025, mas não podem ser descartados.

Entre outros candidatos destacam-se Roger Adrià (a estrear-se com a Movistar), Pello Bilbao, Fred Wright, Jonas Abrahamsen, Corbin Strong, Dorian Godon, Joe Blackmore, Mattias Skjelmose, Axel Laurance, Alberto Bettiol, Tiesj Benoot, Julian Alaphilippe, Luke Lamperti e Álex Aranburu. A Movistar deverá ainda procurar animar a corrida com Jon Barrenetxea ou Rúben Guerreiro.

*** Arnaud De Lie, Michael Matthews

** Tadej Pogacar, Wout van Aert, Biniam Girmay, Jhonatan Narváez

* Corbin Strong, Luke Lamperti, Álex Aranburu, Dorian Godon

Escolha: Arnaud de Lie

Como: Sprint final em grupo reduzido