Antevisão - Volta à Polónia 2025: Braço de ferro entre UAE e BORA pelo titulo

Ciclismo
domingo, 03 agosto 2025 a 22:53
joaoalmeida janchristen
De 4 a 10 de agosto, o calendário do World Tour prossegue com a primeira corrida por etapas após a Volta a França: a Volta à Polónia. Esta prova de uma semana oferece múltiplas oportunidades para sprinters, especialistas em clássicas e contrarrelogistas.
Antevisão da corrida.
A Volta à Polónia arranca em Wroclaw com uma etapa de abertura desenhada para os sprinters. Com 199 quilómetros, será uma das tiradas mais longas da corrida e apresenta um percurso praticamente plano até Legnica, sem grandes obstáculos para o pelotão.
Os últimos dois quilómetros, contudo, serão ligeiramente técnicos. Não existem curvas apertadas, mas várias curvas suaves ao longo do final poderão tornar o sprint traiçoeiro. Estar bem posicionado à entrada desta zona será fundamental para qualquer candidato à vitória.
Etapa 1: Wroclaw - Legnica, 199 quilómetros
Etapa 1: Wroclaw - Legnica, 199 quilómetros
A segunda etapa será já relevante para a classificação geral, levando os ciclistas às colinas, com partida e chegada em Karpacz. O final é habitual nesta corrida, mas desta vez com uma subida final mais curta, menos favorável aos trepadores.
Logo no início do dia surgem algumas subidas e ao longo da etapa haverá outras espalhadas pelo percurso. No entanto, todas as atenções estarão centradas na chegada, que consiste numa subida em duas secções. A primeira conduz a um sprint intermédio, com alguns quilómetros a cerca de 5%.
Segue‑se uma curta descida antes dos últimos três quilómetros, com uma pendente média de 6,7%. Não é uma subida suficientemente dura para provocar grandes diferenças, pelo que é provável uma chegada ao sprint de um grupo reduzido. Ainda assim, poderão surgir pequenos cortes e estarão em jogo bonificações na meta, que deverão definir o primeiro líder entre os candidatos à geral.
Etapa 2: Karpacz - Karpacz, 148,3 quilómetros
Etapa 2: Karpacz - Karpacz, 148,3 quilómetros
O terceiro dia de competição começa e termina em Walbrzych e para muitos será um verdadeiro pesadelo. Ao longo dos 158 quilómetros quase não existe terreno plano, acumulando cerca de 3500 metros de desnível positivo.
As subidas estão distribuídas por dezenas de ascensões que os ciclistas terão de enfrentar sem descanso. Não há um ponto específico para a corrida explodir, já que o terreno ondulado acompanha a etapa do início ao fim. No entanto, três subidas mais íngremes ganham destaque pela sua proximidade da meta e pela dureza das suas rampas:
  • 1,9 km a 9,7% (a 44,5 km da meta)
  • 3 km a 7,6% (a 30,5 km da meta)
  • 1,2 km a 8,8% (a 15 km da meta)
Estas ascensões deverão marcar os momentos decisivos do dia, antes da ligeira descida que conduz à chegada.
Etapa 3: Walbrzych - Walbrzych, 158,7 quilómetros
Etapa 3: Walbrzych - Walbrzych, 158,7 quilómetros
A quarta etapa marca o regresso dos sprinters à disputa pela vitória. Com 200 quilómetros entre Rybnik e Ciezyn, o percurso não é totalmente plano, já que os dois primeiros terços incluem algumas subidas capazes de colocar em apuros os ciclistas menos resistentes, se o ritmo for elevado.
Ainda assim o pelotão deverá chegar compacto ao circuito final, composto por quatro voltas urbanas. A meta encontra-se no topo de uma curta subida de 700 metros, com uma inclinação média de 4%, tornando esta chegada mais adequada a sprinters potentes do que a especialistas de sprint puro.
Etapa 4: Rybnik - Ciezyn, 199,9 quilómetros
Etapa 4: Rybnik - Ciezyn, 199,9 quilómetros
A quinta etapa, a mais longa da Volta à Polónia, percorre 207 quilómetros entre Katowice e Zakopane, duas localidades habituadas a receber a corrida. O perfil favorece os puncheurs, mas também poderá terminar num sprint de grupo reduzido ou numa fuga bem sucedida.
O percurso inclui várias subidas, embora as mais duras estejam longe da meta e dificilmente sejam decisivas. A última dificuldade significativa surge a 13 quilómetros do final: uma subida de 4 km a 5,4%.
Depois, segue-se uma descida e uma ligeira inclinação até à meta em Zakopane, onde mesmo os ciclistas que resistirem à última subida precisarão de boas pernas para disputar os metros finais ao sprint.
Etapa 5: Katowice - Zakopane, 207,1 quilómetros
Etapa 5: Katowice - Zakopane, 207,1 quilómetros
A etapa rainha? Para muitos, sim. Apesar de ser relativamente curta, concentra as subidas mais duras da Volta à Polónia e chega no penúltimo dia da competição, quando a fadiga já desempenha um papel decisivo. Logo na partida surge uma subida íngreme, onde poderemos ver ataques importantes para formar a fuga do dia.
O percurso inclui um pequeno circuito central com duas subidas, antes de os ciclistas regressarem à primeira ascensão, onde farão uma subida diferente. A 10 quilómetros da meta termina uma subida de 2,5 km a 8%, com rampas máximas bem mais elevadas, capazes de criar diferenças significativas.
Após um curto planalto, resta ainda a subida final para Bukowina Tatrzanska, com cerca de 4,5 km e pouco mais de 5% de inclinação média. A sua primeira metade é a mais exigente, rondando os 7%de pendente média e poderá ser decisiva para definir a etapa e clarificar a luta pela classificação geral.
Etapa 6: Bukowina Resort - Bukowina Tatrzanska, 147,1 quilómetros
Etapa 6: Bukowina Resort - Bukowina Tatrzanska, 147,1 quilómetros
A Volta à Polónia termina com um contrarrelógio em Kopalnia Soli, com apenas 12,5 quilómetros de extensão. A curta distância torna-o potencialmente menos decisivo do que em edições anteriores, mas o percurso exigente pode surpreender.
Logo após a rampa de partida, os ciclistas enfrentam uma subida de 1,3 km a 5,8%, onde se podem abrir diferenças importantes. No entanto, é fundamental gerir o esforço, já que o restante percurso é em ligeira descida e bastante rápido, favorecendo quem conseguir manter a alta velocidade até à meta.
Etapa 7 (ITT): Kopalnia Soli - Kopalnia Soli, 12,5 quilómetros
Etapa 7 (ITT): Kopalnia Soli - Kopalnia Soli, 12,5 quilómetros

Os Favoritos

UAE Team Emirates - XRG: A formação dos Emirados Árabes Unidos apresenta‑se como a equipa mais forte da Volta à Polónia, com uma estrutura sólida e várias cartas para jogar na luta pela geral. Rafal Majka, que corre pela primeira vez com a camisola de campeão nacional, será uma das estrelas da corrida. O contrarrelógio deverá fazê‑lo perder algum tempo, mas isso poderá levar a equipa a utilizá‑lo em ataques de longe, capazes de dinamitar a prova.
Enquanto isso, Jan Christen e Brandon McNulty assumem o papel de líderes para a classificação geral. Ambos são ciclistas explosivos e fortes no contrarrelógio, características que lhes permitem sonhar com a vitória final na Polónia.
BORA - A equipa alemã apresenta-se com um alinhamento misto, mas recheado de opções para lutar pela classificação geral. No papel, há quatro ciclistas com potencial para vencer, ainda que seja improvável que todos encontrem as suas melhores pernas ao mesmo tempo.
Matteo Sobrero destaca-se pelo seu forte contrarrelógio e capacidade de se defender nas subidas, enquanto Daniel Martínez é um trepador sólido que também consegue limitar perdas nos esforços individuais. Finn Fisher‑Black surge como um puncheur explosivo e competente no contrarrelógio, acrescentando versatilidade ao conjunto. Para completar, Maxim Van Gils, que ainda procura reencontrar a melhor forma esta temporada, poderá ser uma arma importante como caçador de etapas nas jornadas mais montanhosas.
Mathias Vacek - O checo volta a apostar num calendário de verão mais reduzido, tal como em 2024, e apresenta-se na Volta à Polónia em excelente forma. Chega com uma dupla vitória nos campeonatos nacionais e com um triunfo numa etapa – além do segundo lugar na geral – na recente Volta à Valónia.
A Lidl‑Trek não apresenta uma equipa tão profunda quanto a UAE Team Emirates ou a BORA, mas isso pode não ser determinante. Vacek combina várias armas valiosas para este percurso: é um ótimo contrarrelogista, sobe muito bem neste tipo de terreno e tem capacidade para sprintar para ganhar bonificações.
Entre os candidatos à vitória, destacam‑se nomes como Antonio Tiberi, Magnus Sheffield e Ethan Hayter, ciclistas particularmente perigosos no contrarrelógio final e que poderão lutar pela geral se conseguirem evitar perdas significativas nas primeiras etapas.
No lado oposto do espectro, surgem jovens talentos como Matthew Riccitello e Max Poole, trepadores promissores que poderão aproveitar o terreno montanhoso para manter vivas as suas aspirações na classificação geral.
Entre outros ciclistas de grande qualidade, destacam‑se Pello Bilbao, Filippo Zana, Michal Kwiatkowski e a dupla da Astana Alberto Bettiol e Diego Ulissi, sendo que este último terminou em segundo lugar nesta mesma corrida no ano passado, atrás de Jonas Vingegaard.
A corrida contará com sprinters como Olav Kooij, Matthew Brennan, Ethan Vernon, Casper van Uden, Elia Viviani, Madis Mihkels, Sam Bennett, Paul Magnier, Fernando Gaviria e Arvid de Kleijn. Stefan Küng será um caçador de etapas interessante e favorito para o contrarrelógio.
Previsão Volta à Polónia 2025 - Classificação geral:
*** Mathias Vacek, Brandon McNulty, Magnus Sheffield
** Jan Christen, Antonio Tiberi, Ethan Hayter, Diego Ulissi
* Rafal Majka, Finn Fisher-Black, Daniel Martínez, Max Poole, Michal Kwiatkowski, Alberto Bettiol, Pello Bilbao, Filippo Zana
Escolha: Mathias Vacek
Original: Rúben Silva
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