Antevisão - Volta ao País Basco 5ª etapa: Primeira defesa da liderança de João Almeida pode render vitória à fuga!

Entre os dias 7 e 12 de abril, o pelotão enfrenta uma das provas por etapas mais imprevisíveis do calendário, e a etapa 5 da Volta ao País Basco promete ser uma verdadeira armadilha estratégica. Com 172,9 quilómetros entre Orduña e Gernika-Lumo, este é um daqueles dias em que quase tudo pode acontecer.

O terreno é acidentado, mas sem grandes montanhas — o que poderá abrir o leque de possibilidades: desde ataques ousados de longe, a final táctico com seleções sucessivas, até um eventual sprint num grupo reduzido ou o sucesso de uma fuga bem coordenada.

O ponto-chave do dia será a subida a Zalobante: 4,9 quilómetros a 6,4% de inclinação média, com os dois primeiros quilómetros a roçar os 10%. Esta ascensão, que termina a apenas 14 quilómetros da meta, pode ser suficiente para fazer a diferença. É lá que muitos tentarão a sorte — ou mesmo isolar-se para a glória.

A segunda metade da subida, menos agressiva, será propícia a movimentos táticos, sobretudo se houver desorganização ou hesitação no grupo da frente. E como se isso não bastasse, a 3 quilómetros do risco final há ainda uma rampa de 700 metros a 6%, onde últimos ataques poderão surpreender um pelotão já esgotado.

Nada está garantido neste tipo de perfil: nem os trepadores mais puros, nem os puncheurs, nem os caçadores de etapas que conseguem sobreviver às dificuldades e sprintar forte no fim. Um dia aberto, traiçoeiro e possivelmente decisivo para o rumo da geral — ou para um herói inesperado.

Esta deverá ser uma etapa muito tática. A vitória pode ser conquistada pela fuga, como vimos hoje, já houve muitos ciclistas de qualidade a perderem bastante tempo e em teoria terão bastante liberdade para atacar. A Quick-Step e a Bahrain hoje perseguiram-nos, mas não voltarão a fazê-lo... A Cofidis pode, mas não vejo nenhuma outra equipa a querer comprometer-se totalmente com uma perseguição e, neste terreno, organizar uma boa perseguição já será difícil.

Deverá haver uma luta pela classificação geral, mas as subidas não são suficientemente difíceis para alguém como Lipowitz ou Mas fazer a diferença, e também não espero muito controlo por parte destas equipas. O final deverá ser muito interessante, provavelmente será tático, e talvez a UAE e João Almeida queiram levar o ritmo ao limite a partir da base da subida para criar diferenças e talvez evitar ser atacado por todos os lados. No entanto, a questão de saber quais os ciclistas que conseguirão sobreviver à subida depende da forma como correrem a etapa - Nys, Zingle e Alaphilippe poderão ter grandes hipóteses se o ritmo não for demasiado elevado e se houver um sprint de grupo reduzido;

*** Alex Aranburu, Max Schachmann

** Clément Champoussin, Mattias Skjelmose, Romain Grégoire

* Thibau Nys, João Almeida, Florian Lipowitz, Clément Berthet, Oscar Onley, Ilan van Wilder, Enric Mas, Wilco Kelderman, Santiago Buitrago, Maxim van Gils, Ben Healy, Axel Zingle, Marc Hirschi, Julian Alaphilippe, Simone Velasco

Escolha: Ben Healy

Cenário previsto: vitória da fuga.