ANTEVISÃO | 18ª etapa da Volta a Espanha - Oportunidade de ouro para a fuga em dia traiçoeiro

A 18ª etapa precede dois dias de montanha e um contrarrelógio. Para a maioria dos ciclistas na corrida, esta é a última oportunidade e todos os tipos de ciclistas - Sprinters, ciclistas de clássicas e roladores - devem fazer uma jogada para tentar ganhar na Vuelta. Fazemos a antevisão da etapa.

Um dia nas colinas, mas é muito difícil prever um vencedor. A fuga tem terreno para prosperar aqui, todo o dia é montanhoso e a metade final apresenta várias subidas de diferentes extensões onde podemos esperar uma corrida explosiva. O início apresenta duas pequenas subidas, a segunda com 2,9 quilómetros a 6,5%... Os 179 quilómetros apresentam muitas subidas, a maior parte das quais no terço final da jornada.

A principal subida do dia é de 1ª categoria e tem também segundos de bonificação no topo. O Puerto de Herrera tem 5,6 quilómetros a 8,3% e atinge o alto a 44 quilómetros do fim. A subida é suficientemente íngreme e dura para que os puros trepadores possam mesmo fazer a diferença. Logo a seguir, 2,9 quilómetros a 4,6% que terminam a 33 quilómetros do fim.

A estrada fica plana depois e nos últimos 15 quilómetros volta a subir. Os últimos 3 quilómetros são de descida, depois de 2,3 quilómetros a 5,1%, onde as inclinações sobem para 9%.

Mais um dia frio e provavelmente húmido, com algum vento norte. Vento cruzado na principal subida do dia e vento de frente nos quilómetros finais. A vitória da fuga continua a ser certa, mas torna-se mais complicado ter sucesso com ataques de longe ou de pequenos grupos.

A etapa vai para uma fuga. Esta é a última oportunidade para a maioria dos ciclistas na corrida, uma vez que os últimos três dias são duas etapas de montanha e um contrarrelógio. Vários tipos de ciclistas têm mesmo uma oportunidade neste dia e pode ser muito tático. Nenhuma equipa da geral vai querer controlar este dia, a Alpecin de Kaden Groves já ganhou o suficiente e tem poucas hipóteses, como é o caso da DSM de Pavel Bittner. A Israel tem Corbin Strong, mas vamos ser honestos, eles têm muito mais hipóteses de ganhar se ele estiver numa fuga.

O início da etapa é bastante duro, e sem ninguém a controlar verdadeiramente, espero algumas dezenas de ciclistas na frente da corrida, com certeza. Podemos dividi-los em alguns grupos.

Trepadores: Marc Soler, Brandon McNulty, Isaac Del Toro, William Lecerf Junior, Mattia Cattaneo, Filippo Zana, Ion Izagirre, Harold Tejada e Pablo Castrillo. A subida de 5 quilómetros será uma prioridade para estes homens. Agora, deve ser dito que vários são grandes roladores e podem ser perigosos noutros lugares, mas eles podem sobretudo fazer alguns estragos na subida - independentemente se isso lhes garante a vitória ou não. Se estiverem em grupos, os outros terão de antecipar a subida.

Roladores: Os mais perigosos, diria eu. Na subida, vários ciclistas vão igualar-se uns aos outros. Em subidas mais pequenas ou estradas planas não haverá o mesmo empenho total para fechar os espaços. Victor Campenaerts, Stefan Küng, Mathias Vacek e Marco Frigo são extremamente perigosos e podem ganhar como parte de um pequeno grupo ou sozinhos.

Um sprint?: Bem, um sprint não é impossível. Claro que não num grande grupo, mas num sprint entre alguns ciclistas. Acima, os corredores como Lecerf, Campenaerts, Vacek e Küng conseguem fazer isso bem. Mas especialmente perigosos são os nomes de Corbin Strong e Quinten Hermans, por exemplo. Jhonatan Narváez também, embora ele se encaixe melhor na categoria final.

Puncheurs: Especialistas nas pequenas subidas... Sobem suficientemente bem para sobreviver às grandes subidas, mas têm a explosão necessária para atacar a última subida ou para fazer um sprint de grande qualidade. Alguns dos ciclistas acima enquadram-se bem aqui, mas há ciclistas que não podem contar apenas com um sprint ou uma subida longa. Ao invés, concentram-se nos esforços mais pequenos e mais acentuados. Attila Valter, Mauri Vansevenant, Dylan Teuns, Mauro Schmid e Felix Engelhardt são exemplos perfeitos disso.

*** Jhonatan Narváez, Marco Frigo
** Stefan Küng, Victor Campenaerts, Mauro Schmid, Mathias Vacek
* Attila Valter, Marc Soler, Brandon McNulty, Mattia Cattaneo, Isaac Del Toro, Quinten Hermans, Corbin Strong, Max Poole, Ion Izagirre, Pablo Castrillo

Aposta: Marco Frigo