Antigo diretor desportivo da Astana aponta o problema do ciclismo italiano: "Precisamos de mais equipas"

Ciclismo
segunda-feira, 25 novembro 2024 a 00:00
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Giuseppe Martinelli confirmou que vai abandonar o seu cargo na Astana Qazaqstan no final de 2024. No entanto, o italiano continua apaixonado por contribuir para o desporto e está particularmente preocupado com o estado do ciclismo italiano. Entre as suas preocupações está a falta de oportunidades para os jovens talentos, incluindo a estrela em ascensão Lorenzo Finn.

Em declarações ao Radiocorsa, Martinelli refletiu sobre o imenso potencial de Finn, elogiando o campeão do mundo júnior pela sua capacidade excecional, "Eu vi-o a pedalar, o seu estilo é incrível", disse Martinelli. "Há dois anos atrás, eu disse que ele poderia ser um futuro campeão." No entanto, ele expressou frustração com as dificuldades que os jovens ciclistas italianos enfrentam devido à falta de equipas nacionais capazes de aproveitar o seu talento. "Se tivéssemos uma equipa italiana a treiná-lo, ele poderia desenvolver-se aqui, como se costumava fazer na Lampre ou na Liquigas", comentou Martinelli.

Martinelli usou Finn como exemplo dos problemas estruturais que afetam o ciclismo italiano. Desde a fusão da Lampre-Merida com a UAE Team Emirates em 2016, a Itália não tem uma equipa do nível World Tour, forçando muitos jovens ciclistas a procurar oportunidades no estrangeiro. "Os nossos jovens ciclistas partem frequentemente para o estrangeiro, onde não conseguem desenvolver-se plenamente", explicou, sublinhando a necessidade de mais equipas italianas para criar um ambiente de apoio a ciclistas como Finn.

Martinelli, de 69 anos, considera que o desenvolvimento de jovens talentos é crucial para reavivar o ciclismo italiano. "Precisamos de mais equipas, como a de Reverberi ou a de Basso, com gestão e patrocinadores italianos", afirmou Martinelli. Martinelli está convencido de que a falta de equipas italianas, tanto a nível do World Tour como do Pro Continental, impede significativamente o crescimento da modalidade. "Se tivéssemos uma ou duas equipas mais importantes, mesmo ao nível Pro Continental, o futuro seria muito mais risonho", acrescentou.

Apesar dos desafios, Martinelli continua otimista quanto ao potencial de recuperação do ciclismo italiano com os recursos e esforços adequados. "Se os jovens ciclistas puderem crescer no seu próprio país, temos mais hipóteses de produzir uma nova geração de ciclistas de topo", disse, sublinhando a importância de promover o talento local.

Ao afastar-se da Astana, Martinelli está pronto para assumir um papel em que a sua experiência possa fazer a diferença. "Com os esforços certos e mais apoio, o ciclismo italiano pode voltar a florescer", concluiu, reafirmando o seu compromisso com o desporto e com a próxima geração de estrelas como Lorenzo Finn.

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