Lance Armstrong e
Johan Bruyneel analisaram no podcast The Move os acontecimentos da
Liege-Bastogne-Liege de 2025, onde
Tadej Pogacar conquistou uma vitória esmagadora. Para ambos, o Campeão do Mundo não tem hoje rival à altura na última grande clássica da primavera.
Começaram por sublinhar, com dados impressionantes, o domínio absoluto dos três monstros que têm marcado as grandes clássicas dos últimos anos: Pogacar, Mathieu van der Poel e Remco Evenepoel.
"Nos últimos três anos, das 24 grandes corridas de um dia disputadas, 21 foram vencidas por três ciclistas: Pogacar conquistou 9, Remco 4 e Van der Poel 8. As exceções são Mohoric e Philipsen na Milan-Sanremo e Dylan van Baarle na Paris-Roubaix. Fora isso, são eles que ganharam tudo", destacou Armstrong.
Sem encontrar adjetivos suficientes para descrever a superioridade de Pogacar, Armstrong recorreu a analogias com outros desportos: "Não são apenas atuações dominadoras, é a forma como ele faz tudo parecer inevitável. Pogacar não vai esperar que outros tentem. Ele ataca quando quer, faz à maneira dele."
"É como ganhar a Maratona de Londres com um minuto de vantagem. Ou vencer o Augusta Masters por 15 pancadas. É algo que simplesmente não se vê. E ele faz isto de duas em duas semanas", acrescentou o norte-americano, impressionado com a regularidade do esloveno.
Johan Bruyneel também destacou o carácter único da superioridade de Pogacar: "Em qualquer outro desporto, veríamos alguma variabilidade, mas no ciclismo, temos um campeão do mundo que domina em todos os terrenos. Em Liege, ele era o grande favorito, apesar de alguns acharem que Remco poderia fazer frente. Depois da Amstel, havia essa expectativa, mas hoje vimos um Pogacar diferente, totalmente recuperado da Volta à Flandres e da Paris-Roubaix."
Bruyneel analisou ainda a forma como Pogacar atacou em La Redoute: "Normalmente espera-se até aos últimos metros para lançar o ataque. Ele arrancou quase um quilómetro antes do topo, e ninguém conseguiu sequer reagir. O mais impressionante é que o fez sentado, sem precisar de se levantar."
O belga elogiou a inteligência táctica do esloveno: "Ele ainda tinha colegas de equipa no grupo e, ao ouvir pelo rádio que Remco estava a tentar aproximar-se, decidiu antecipar o movimento. Foi uma jogada brilhante. Deve ser desesperante para o resto do pelotão perceber que, com um Pogacar em grande forma, simplesmente não há o que fazer."