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Movistar Team salvou a temporada de etapas do Grand Tour em 2022 graças ao segundo lugar de Enric Mas na Vuelta. No entanto, esta época, o espanhol não conseguiu terminar acima do sexto lugar na classificação geral, depois de não ter conseguido competir com a Jumbo-Visma e de nem sequer ter sido o melhor espanhol, depois de ter terminado atrás de Juan Ayuso e Mikel Landa.
Queremos analisar as causas do fracasso da Movistar Team na prova espanhola, que vão muito para além do desempenho de Mas, que está a ter um 2023 dececionante.
1. O '8' escolhido por Eusebio Unzue e companhia.
Sepp Kuss ganhou a Vuelta depois de ter corrido as três grandes, apesar de a Jumbo-Visma ter um plantel de peso. Na Movistar Team, o melhor homem do ano foi (pelo menos em termos de pontos UCI) Matteo Jorgenson, que ficou de fora do "8" da corrida espanhola.
Carlos Verona terá sido afetado por um vírus e também não pôde participar na corrida, embora poucos dias depois estivesse a correr na Grã-Bretanha. Ambos vão deixar a equipa no final do ano e parece que foi por isso que não correram. A outra baixa sem sentido é Fernando Gaviria, outro ciclista que foi enviado para a Grã-Bretanha depois de ter estado na lista preliminar. Com Iván García Cortina a sprintar na única corrida que disputou, é difícil ver o colombiano de fora.
2. Pouco ou nenhum dos secundários
Ruben Guerreiro começou bem com a Movistar, vencendo uma etapa no início do ano, mas o desafio da época segue a mesma tendência descendente que mostrou na EF Education em 2022. Teve de se retirar.
Einer Rubio não foi o mesmo que no Giro d'Italia e não esteve perto de repetir a sua vitória.
Oier Lazkano tem tido problemas físicos e também não tem podido dar o seu contributo.
Do resto, pouco a dizer. Oliveira e Erviti em fugas... opções de vitória iguais ou inferiores a zero. Muito complicado com esta estratégia.
3. Enric Mas
Fracasso absoluto da Vuelta para Enric Mas. Não esteve à altura da tarefa. Nas duas últimas edições, competiu com Primoz Roglic e Remco Evenepoel, mas desta vez não esteve à altura da Jumbo-Visma. Esteve ao nível de um Juan Ayuso que ainda está verde e de um Mikel Landa de quem nada se esperava.
Para um homem como Enric, que foi segundo por três vezes na Vuelta e que planeou toda a sua época para ser bom na corrida espanhola, ter um desempenho deste nível e terminar com uma fraca sexta posição não é aceitável.
E eu, pessoalmente, não sou daqueles que o vão criticar pela sua forma de pedalar. Ele não é um ciclista de ataque e isso é bom, nem toda a gente é Contador. Eu critico-o pela sua má forma e por estar abaixo do que se espera dele pelo que mostrou.
* Artigo escrito originalmente por Juan Larra