Até quando Primoz Roglic vai continuar a jogar ao gato e ao rato? "De momento, não posso competir com eles, porque são poderosos e explosivos"

Primoz Roglic segue firme no seu percurso na Volta a Itália 2025, apesar de alguns percalços e de ainda não ter conseguido impor-se perante os dois jovens líderes da UAE Team Emirates – XRG. Depois da queda e do furo na exigente etapa de gravilha para Siena, o esloveno tem recuperado bem, mas tem enfrentado dificuldades para responder à potência explosiva de Isaac del Toro e Juan Ayuso.

Na 13.ª etapa, com final em Monte Berico, foi novamente Del Toro quem se destacou entre os favoritos, arrancando segundos preciosos ao grupo da geral. Apesar de as diferenças ainda não serem significativas, Roglic tem sido forçado a correr em modo reativo, algo pouco habitual para o veterano esloveno, conhecido pela sua agressividade e precisão nos momentos decisivos.

"De momento, não posso competir com eles, porque são poderosos e explosivos", admitiu Roglic ao Val 202 após a chegada a Vicenza. "Ainda sinto dores em certas partes do corpo depois da queda de domingo, mas estou a melhorar de dia para dia".

Roglic encontra-se atualmente na 5.ª posição da geral, a 1:35 de Isaac del Toro e a 57 segundos de Ayuso. Apesar de estar relativamente perto dos líderes, a consistência da UAE tem dificultado qualquer tentativa de aproximação. O trio da frente tem estado sempre vigilante, com Del Toro e Ayuso a atacarem alternadamente e com eficácia.

A expectativa é que as verdadeiras diferenças se façam a partir da etapa 15, com chegada a Asiago, passando por subidas exigentes como Monte Grappa e Dori. “Vai ser, sem dúvida, uma etapa difícil, com o Monte Grappa e algumas subidas duras mais à frente”, antecipou Roglic. "Mas haverá muitas mais, especialmente na última semana".

Antes disso, o pelotão terá uma etapa teoricamente destinada aos sprinters, mas com um final que promete emoções fortes para Roglic: a chegada a Nova Gorica, na Eslovénia, será uma ocasião especial para o ciclista da Red Bull – BORA – Hansgrohe. “Mal posso esperar para ir à Eslovénia. Esse dia ficará definitivamente gravado na minha memória”, confessou, mostrando-se motivado para deixar a sua marca na etapa que cruza a sua terra natal.

Com várias etapas decisivas no horizonte, Roglic mantém-se na corrida e aposta na sua regularidade e resistência para atacar quando as subidas mais longas entrarem em cena. A sua experiência e inteligência tática serão trunfos importantes numa edição do Giro marcada pela juventude exuberante da UAE.

Apesar das dores e dos contratempos, o esloveno ainda não disse a sua última palavra. E com a chegada da alta montanha, pode finalmente encontrar o terreno ideal para mostrar por que motivo continua a ser um dos nomes mais respeitados do ciclismo mundial.