Ben Healy estreou-se na Volta a França com o seu ciclismo de ataque: "Tenho de atacar de longe. Se for para um sprint com alguém, perco"

Um dos ciclistas mais simpáticos do pelotão, Ben Healy, fez a sua esperada estreia na Volta a França este ano e apesar de não ter conseguido nenhuma vitória em etapas, o irlandês impressionou, mantendo mesmo uma excelente posição na classificação geral até ter ficado doente na terceira semana da corrida.

"Depois da Volta a França deste ano e do nível a que cheguei, penso que mostrei que posso definitivamente concentrar-me na classificação geral e dar um passo em frente se quiser", diz ele à Rouleur sobre o seu desempenho no Tour. "Penso que neste momento é um pouco cedo para falar disso, pois ainda gosto de correr nas Clássicas das Ardenas e de caçar etapas. Mas no futuro, de certeza talvez o faça. Neste momento estou satisfeito com o que tenho feito nos últimos anos."

Ele é um ciclista que gosta de animar as corridas em que participa com o seu estilo atacante e os seus ataques de longe. No entanto, como ele próprio admite, uma das principais razões para disferir os ataques de longe, deve-se ao facto de não ter uma boa chegada ao sprint. "Se for para um sprint com alguém, perco", admite Healy honestamente. "Não quero estar sempre a pensar nisso, mas quando olho para as coisas, é a realidade."

"O que me falta é o sprint no final e em muitas corridas de bicicleta é muito difícil deixar os outros para trás, pelo que aquele pontapé no final das corridas, é algo que me vai fazer falta na minha carreira", continua. "É uma questão de: será que tenho de trabalhar nisso? E estou tão longe do meu sprint neste momento que, realisticamente, será que ainda vou estar a disputar sprints? É uma situação de "dar ou receber" e uma grande aposta para realmente ir para o sprint. Neste momento não estou muito interessado nisso. Farei sempre pequenas coisas para melhorar, mas nunca será o meu principal objetivo".

Healy na Volta a Itália de 2023

Embora o sprint possa ser uma lacuna, a progressão geral de Healy tem sido sensacional nos últimos dois anos. "O meu ritmo de progressão desde que me tornei profissional tem sido louco, para ser honesto, e não parece que esteja a abrandar", avalia o antigo campeão irlandês. "Os meus números não pioram durante uma corrida longa, mantêm-se iguais. Considero isso muito importante [controlar o esforço], mas gosto de correr assim, por isso não quero mudar."

Nas suas futuras participações na Volta a França, o seu objetivo principal é conseguir uma vitória numa etapa. "Olhamos para os tipos que ganharam etapas e são tipos que estiveram no pódio de Grandes Voltas. É muito difícil conseguir uma vitória", diz Healy. "Não vou correr e fazer sprints todos os dias porque não é a minha praia. Mas o meu objetivo é trabalhar os meus pontos fortes e tentar melhorá-los."

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