Após 21 épocas deslumbrantes no pelotão feminino, a equipa
Bizkaia Durango tomou a difícil decisão de não participar em competições em 2024. Esta decisão tem por base os novos requisitos orçamentais mínimos estabelecidos pela Federação Espanhola de Ciclismo, que tornaram difícil para a equipa continuar na categoria Continental da UCI.
Em comunicado oficial, o grupo desportivo basco lamentou não poder continuar na competição, destacando a sua trajetória iniciada em 2003 com a lendária vitória na Volta à França feminina pelas mãos de Joane Somarriba. "Gostaríamos de ter continuado a fazer parte do crescimento do
ciclismo feminino", sublinhou a equipa.
Ao fazer uma retrospetiva da sua história, a equipa Bizkaia-Durango sublinhou o impacto que teve na modalidade, com cerca de 300 ciclistas a vestirem a sua camisola ao longo de duas décadas, incluindo nomes como as portuguesas
Daniela Campos e
Beatriz Pereira, assim como a brasileira Ana Vitória Magalhães. No ano passado, foi uma das poucas equipas da categoria Continental a competir em duas grandes provas: a Volta à Espanha Feminina e a Volta à Itália Feminina, tendo alinhado em 18 das últimas 21 edições desta última.
A equipa expressou a sua gratidão a vários intervenientes que foram fundamentais no seu percurso. Reconheceram o apoio dos organizadores de eventos como o Giro e a Ronde van Drenthe, bem como o apoio de ciclistas, técnicos, assistentes, fãs e meios de comunicação social. Estenderam também os seus agradecimentos aos patrocinadores e colaboradores, em particular à Câmara Municipal de Durango e à Diputación Foral de Bizkaia, cujo apoio foi crucial durante a maior parte das épocas, dando nome e apoio ao projeto.
Apesar de se despedirem temporariamente das estradas, a equipa Bizkaia-Durango não descarta um eventual regresso, desde que as circunstâncias o permitam. "Trabalharemos para, em algum momento no futuro e se as circunstâncias forem propícias, regressar".
Com um legado impressionante e um compromisso inabalável com a modalidade, a equipa Bizkaia-Durango despede-se neste momento, deixando uma marca indelével no ciclismo feminino e com a esperança de um dia voltar a percorrer as estradas de competição.