Bradley Wiggins, o vencedor da Volta à França de 2012, tem refletido sobre algumas das maiores histórias do ciclismo até agora nesta temporada. Embora a sua antiga equipa, agora conhecida como INEOS Grenadiers, tenha enfrentado um grande desafio em 2024, teve um início mais forte em 2025. Wiggins acredita que a definição de vitórias da equipa mudou drasticamente ao longo dos anos.
No podcast The Move, Wiggins partilhou as suas ideias sobre a saída de
Tom Pidcock da INEOS, sugerindo que o jovem britânico está a crescer e a assumir um papel de liderança. "Fiquei impressionado com o Tom desde que ele deixou a INEOS. Parece muito mais maduro, como se agora pudesse lidar com a responsabilidade", disse Wiggins. "Vi a entrevista em que ele disse que deixou o Ayuso correr. Isso foi provavelmente uma surpresa, mas é melhor do que o que ele fez no passado. Se ele conseguir manter essa concentração no Giro, pode subir ao pódio".
A saída de Pidcock da INEOS foi uma das maiores mudanças do início da época e os comentários de Wiggins sugerem que ele vê um verdadeiro desenvolvimento no ciclista britânico. Pidcock terá no radar a
Volta a Itália e Wiggins acredita que um lugar no pódio poderá estar ao seu alcance se mantiver este nível de compostura e de tomada de decisão.
Wiggins também ficou impressionado com a reação da INEOS após a vitória na etapa da Paris-Nice, uma equipa que se esperava que dominasse as Grandes Voltas. "A INEOS era uma equipa que queria ganhar as três Grandes Voltas e agora ganha uma etapa na Paris-Nice e já é um grande sucesso. Tal como o Manchester United. Toda a percepção do sucesso mudou, como se fosse uma equipa francesa: ganhar uma etapa na Paris-Nice. Há alguns anos atrás, nem sequer ganhavam. É estranho, com o orçamento, os ciclistas e a estrutura que têm".
A sua comparação com o Manchester United reflecte a forma como o domínio da INEOS se desvaneceu, de uma equipa que outrora estabelecia a fasquia do sucesso, para uma que agora celebra vitórias em etapas individuais em vez de vitórias em Grandes Voltas. Esta mudança de expectativas é notável, tendo em conta os recursos e o talento de que a equipa ainda dispõe.
Outro ciclista que chamou a atenção de Wiggins foi Filippo Ganna, que teve um desempenho notável na Tirreno-Adriatico. Wiggins vê Ganna como parte de uma nova vaga de ciclistas, comparando-o a Mads Pedersen, versátil, poderoso e quebrando os moldes dos especialistas tradicionais.
"O Ganna faz parte de uma nova geração, tal como o Pedersen, que é algo completamente diferente do que eu fazia, ou dos tempos do Johan, que são atletas tão bons que apesar do seu peso, conseguem fazer de tudo."
Com a
Milan-Sanremo a aproximar-se, Wiggins reconheceu a previsibilidade dos ataques de
Tadej Pogacar e
Mathieu van der Poel, mas sugeriu que Ganna e outros terão de encontrar uma abordagem diferente para desafiar os favoritos. "Eles sabem onde Van der Poel e Pogacar vão atacar, mas ainda assim devem tentar fazer algo diferente."