No podcast Café Eddy, Brian Holm partilhou a sua opinião sobre o infame escândalo de dopagem Festina, que assombrou a Volta a França de 1998, um ano antes de Lance Armstrong iniciar a sua era de dopagem. Holm, antigo ciclista profissional e atual comentador do Eurosport, não se coibiu de falar sobre o período difícil para o ciclismo.
"A coisa mais fácil seria passar à frente e dizer como tudo foi terrível. A coisa mais fácil seria tomar uma posição e dizer o mesmo que os outros: "Todos se dopam, acabem com o ciclismo", começou Holm, refletindo sobre a condenação generalizada do desporto na altura.
Holm criticou a narrativa negativa constantemente utilizada pelos políticos e pelos meios de comunicação social:
"Os políticos e os jornalistas encontravam sempre um professor que dizia que não se pode fazer a Volta a França sem estar dopado, que é tudo drogado. Foi bom que tenha aparecido alguém que defendesse o desporto", disse, referindo-se ao cineasta dinamarquês e defensor do ciclismo Jørgen Leth.
O próprio Holm manteve o seu empenho no desporto, mesmo no meio da tempestade de críticas:
"Recusei-me a desistir. Não queria andar por aí a pedir desculpa, a queixar-me e a dizer que era tudo terrível. Quando as pessoas diziam que o ciclismo estava morto, eu levantava-me e dizia: 'Isso pode ser verdade, mas eu vou continuar a pedalar, fiz isso toda a minha vida'", concluiu.
A Volta à França de 1998, que acabou por ser ganha por Marco Pantani, viu várias equipas retirarem-se na sequência do Caso Festina, um dos escândalos de doping mais significativos da história do ciclismo. Este foi um capítulo de uma das histórias mais sombrias da história do ciclismo e, ainda hoje, surgem cada vez mais histórias que oferecem mais informações sobre o quão sombria foi esta saga de doping.