Bruyneel falou sobre os crenques de 150mm usados por Jonas Vingegaard na Algarvia: "Ouvi alguém dizer que eles estavam a trabalhar neles com a SRAM"

O ciclismo é um desporto onde, nos últimos anos, tem havido uma enorme revolução no que diz respeito ao desempenho nos treinos, à nutrição e à aerodinâmica. Tudo isto permite que os ciclistas tenham um desempenho cada vez mais alto e, este inverno, a Team Visma | Lease a Bike trabalhou extensivamente numa "revolução" nas bicicletas de contrarrelógio. Johan Bruyneel falou sobre o que pensa dos agora famosos crenques de 150 mm de Jonas Vingegaard.

"Os crenques do Jonas Vingegaard... O Tadej Pogacar chega à época de 2024 com crenques radicalmente mais curtos, 165 milímetros. Penso que o Vingegaard estava a usar crenques um pouco mais compridos e em vez de fazerem como o Pogacar, passaram para crenques de 150 milímetros", disse Spencer Martin no podcast "The Move". "O que pensaste quando ouviste isto? Acho que são demasiado pequenos, na minha opinião".

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Johan Bruyneel salientou que, obviamente, esta solução não foi testada pela primeira vez em Portugal, mas foi um projeto desenvolvido durante o inverno e a equipa já sabia que podia funcionar. "Ele ganhou o contrarrelógio e ganhou a geral, por isso para ele funcionou. O problema é que... Ouvi, na época baixa, alguém dizer que a Visma estava a trabalhar em crenques muito curtos, 150mm, com a SRAM. Eu disse: "Uau, 150, isso é mesmo curto". Antigamente, eram 172,5, 175... Os ciclistas que eram mais baixos usavam crenques de 170... Os 165mm de Pogacar eram uma espécie de, não vou dizer uma revolução, mas não era habitual. Mas o homem usou 150mm, que é 2 centímetros mais curto do que os crenques mais curtos a que estávamos habituados".

Durante as etapas de estrada não parece ser o caso, mas em contrarrelógio este pormenor parece ter contribuído para uma prestação brilhante que valeu ao dinamarquês a vitória na etapa e na classificação geral - batendo favoritos como João Almeida e Primoz Roglic, que tiveram algumas dificuldades no ITT.

Sobre o porquê desta mudança, Bruyneel tem em mente um ponto claro que pode ter sido decisivo: "Penso que há duas coisas a considerar: as bicicletas de contrarrelógio, onde faz sentido, porque permite obter mais aerodinâmica, porque, obviamente, os joelhos e a parte superior da perna não ficam tão altos, pelo que se pode dobrar melhor. Perde-se potência? Na minha maneira de pensar, diria que sim, mas aparentemente não foi esse o caso".

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