Caleb Ewan sem arrependimentos após terminar a carreira de ciclista: "Posso olhar para a minha carreira com orgulho"

Ciclismo
domingo, 06 julho 2025 a 9:00
ewan
Caleb Ewan, outrora um dos sprinters mais temidos do pelotão, colocou ponto final na sua carreira de forma surpreendente, precisamente quando parecia reencontrar o seu melhor nível. Aos 30 anos, o australiano decidiu fechar o capítulo da alta competição com a serenidade de quem teve tempo para refletir e escolher o momento certo. O Pocket Rocket deixa para trás 65 vitórias profissionais, incluindo cinco triunfos na Volta a França e outros cinco na Volta à Itália, selando uma carreira marcante no sprint mundial.
Presente em Lille para acompanhar a Grand Départ da Volta a França 2025, Ewan falou ao Cyclingnews sobre o sentimento de estar novamente entre o ambiente frenético do pelotão, agora como espetador. “Vim para cá a pensar se sentiria falta, uma vez que estou aqui e rodeado por tudo, mas nenhuma parte de mim gostaria de ainda estar a correr”, confessou.
Essa tranquilidade interior é, para o australiano, a prova de que a decisão foi tomada no tempo certo. “Sinto-me feliz com esta sensação. É uma espécie de confirmação de que a decisão de me retirar foi a mais correta. Agora vou poder desfrutar do Tour, assistir à partida e apreciar as etapas. Foi assim que me apaixonei por este desporto. Por isso, vou gostar de ver a luta nos sprints.”
Caleb Ewan venceu a última etapa que disputou, a etapa 2 da Volta ao País Basco
Caleb Ewan venceu a última etapa que disputou, a etapa 2 da Volta ao País Basco
Em março e abril, Ewan parecia viver uma espécie de renascimento. Venceu na Settimana Coppi e Bartali e voltou a brilhar na Volta ao País Basco, dando sinais de estar pronto para retomar lugar entre os grandes nomes da velocidade. Mas a decisão já estava a amadurecer. “Cheguei lá. Voltei a ganhar e depois de ter feito todo o trabalho para o conseguir. Mas às vezes é preciso isso para perceber que não era o que eu precisava. Quando o tempo acaba, acaba.”
A vitória trouxe-lhe clareza. “Talvez as coisas tivessem de correr muito bem para eu perceber que talvez já não estivesse a gostar tanto daquilo”, admitiu. Ewan garante que a decisão foi puramente pessoal, não motivada por lesões ou ausência de propostas. “Tive uma boa carreira. Estou muito feliz com a forma como a minha carreira decorreu e olho para trás sem qualquer arrependimento. Quando se consegue terminar e se pode dizer isso, é um grande bónus como atleta.”
Ao contrário de muitos colegas que abandonam o desporto à custa de lesões, desmotivação forçada ou contratos que não surgem, Ewan orgulha-se de ter escolhido a altura de dizer adeus. “Há muitas vezes em que as pessoas são obrigadas a retirar-se enquanto ainda têm coisas que querem alcançar e essa é uma maneira difícil de terminar a carreira. Eu nunca estive nessa situação, não fui obrigado a retirar-me. Pude fazê-lo à minha maneira e posso olhar para a minha carreira com orgulho.”
Numa era de sprinters cada vez mais versáteis e combativos, Ewan destacou-se como um sprinter puro, com aceleração fulminante e instinto letal em finais apertados. Agora, o homem que se tornou sinónimo de explosão em linha reta assiste de fora, em paz com a decisão, e com a certeza de ter deixado a sua marca no ciclismo moderno.
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