Colegas de Wout Van Aert festejam a vitória do belga e mostram-se aliviados: "Estivemos em cima do muro durante toda a semana"

Depois de uma semana de esforço contínuo e frustração contida, a Team Visma | Lease a Bike finalmente colheu frutos na nona etapa da Volta a Itália 2025, graças a um triunfo categórico de Wout van Aert nas ruas de Siena. O belga, tantas vezes batido por margens mínimas nas últimas temporadas, regressou às vitórias de forma magistral num dos dias mais épicos da corrida.

"Estivemos em cima do muro durante toda a semana", confessou Steven Kruijswijk ao Sporza, sublinhando o ambiente de tensão dentro da equipa até à tão desejada recompensa. "O Wout tinha marcado esta etapa há muito tempo, mas não esteve no seu melhor nestes primeiros dias. Sabíamos que seria difícil, mas nunca vi ninguém mudar de ideias e decidir-se por algo assim com tanta convicção".

A decisão de Van Aert de apostar tudo na etapa de sterrato não foi tomada de ânimo leve. Depois de semanas difíceis, de quedas e doenças, poucos esperavam vê-lo impor-se perante os trepadores e especialistas de provas por etapas. Mas a leitura de corrida, a frieza e a vasta experiência do belga acabaram por fazer a diferença num dos percursos mais técnicos desta edição da Corsa Rosa. "Tenho a certeza de que ele sabia exatamente o que estava a fazer", comentou Kruijswijk. "Ouvi dizer que ele tinha tudo sob controlo. Foi, sem dúvida, uma etapa linda de assistir".

Wilco Kelderman, outro nome de peso na estrutura neerlandesa, reforçou a importância emocional da vitória para Van Aert. "Wout e eu conhecemo-nos há muitos anos. Gosto de trabalhar para ele, especialmente depois do que passou esta época e na anterior. Fico feliz por vê-lo voltar a erguer os braços".

Kelderman, que tem objetivos mais alinhados com a alta montanha e que guarda as suas forças para etapas como a 20.ª, com o Colle delle Finestre e os setores de gravilha alpina, teve a oportunidade de assistir de perto ao sucesso do colega. "Foi realmente impressionante. O Wout não começou o Giro com a forma ideal, mas vence uma etapa destas. Sabíamos que ele era capaz, já ganhou a Strade Bianche... Mas tudo tinha de correr bem, e correu".

O triunfo em Siena não é apenas mais uma vitória para Van Aert. É o fim de um ciclo marcado por azares e lesões, e o início de uma nova fase em que volta a ser uma ameaça real em qualquer terreno. Um triunfo carregado de simbolismo para o belga, e um impulso moral tremendo para a Visma, que agora entra na segunda semana da prova com renovada ambição.