Era o momento mais aguardado pela
Lotto desde o final de março: o regresso de
Arnaud De Lie às competições. Depois de uma primavera frustrante, marcada por problemas físicos e abandonos prematuros, a equipa depositava grandes esperanças na
Rund um Köln como ponto de viragem. No entanto, o tão esperado recomeço transformou-se num novo episódio preocupante para o campeão belga.
Logo na primeira hora de corrida, quando o pelotão enfrentava a fase montanhosa mais exigente, entre os quilómetros 20 e 55, De Lie começou a dar sinais de quebra. Incapaz de seguir o ritmo do grupo principal, acabou por ceder terreno, visivelmente debilitado. Ainda tentou recuperar após um curto período de descanso, mas o esforço revelou-se inglório.
"Na parte mais difícil da subida ainda estava connosco, mas no topo perdeu o contacto", relatou o diretor desportivo Nikolas Maes ao Het Nieuwsblad. "Teve dificuldades respiratórias, a frequência cardíaca estava demasiado elevada e, objetivamente, não estava a conseguir render. Arnaud tentou continuar, pedalou sozinho durante mais de uma hora e meia, mas acabou por procurar o autocarro da equipa".
Maes não escondeu a desilusão perante a situação: "Não estávamos à espera de que ele ganhasse, mas pensávamos que conseguiria terminar e lutar nas fases decisivas. Isso não aconteceu. Estes são os factos".
O diagnóstico é claro: há algo que continua a não estar bem com De Lie. "Com toda a equipa técnica, teremos de reavaliar a situação do Arnaud. Voltar a analisar tudo com atenção, rever os exames clínicos, tentar perceber o que está a falhar. É evidente que ainda há um problema e precisamos de respostas".
O que era para ser um passo em frente transformou-se num novo sinal de alarme. De Lie, de apenas 22 anos, continua sem conseguir encontrar a regularidade que o lançou como um dos maiores talentos belgas da atualidade. Para a Lotto, este revés obriga a um novo ponto de situação - e, possivelmente, a reformular todo o plano para o seu líder.