Iván Romeo é a maior esperança do ciclismo espanhol para a temporada de 2025. O ciclista da
Movistar Team chega à
Volta a França depois de ter ganho uma etapa no Critérium du Dauphiné e de ter conquistado o título nacional espanhol de estrada. Agora, enfrenta o maior desafio da sua carreira até agora: a sua estreia numa Grande Volta.
O jovem de 21 anos falou sobre as suas ambições para o Tour na conferência de imprensa oficial antes da corrida, que contou com a presença do CiclismoAtual. O que se seguiu foi mais uma aula de maturidade de Romeo. Aqui estão os momentos mais marcantes da sua entrevista:
Como é que vê o ciclismo?
"Dentro de uma semana, provavelmente não estarei a dizer que é "apenas mais uma corrida", mas é assim que tento abordar o ciclismo, como algo divertido, quase como um passatempo ou um jogo. É essa a minha mentalidade. Claro que o Tour vai ser diferente, mas a ideia é divertir-me e fazer o que sempre fiz. E quando as coisas se tornarem difíceis... veremos como reagimos."
A importância da força mental
"Venho de uma geração em que isto é levado mais a sério. Tenho uma família que me dá paz de espírito - o meu irmão é ciclista e a maioria dos meus amigos também. Até agora, não me senti sobrecarregado ou sob demasiada pressão. Tento desfrutar da rotina, que é algo de que gosto muito".
Rotina e música
"A rotina é muito natural para mim. No autocarro da equipa, estou normalmente ao telefone com o meu irmão, ele é o meu maior apoio. E oiço sempre a mesma música para me ajudar a concentrar. Muito Eminem e outros artistas americanos"
Iván Romeo foi lider durante o Criterium du Dauphiné
Primeira Volta à França: objetivos
"É o meu primeiro Tour, a minha primeira Grande Volta, o que só por si já é muito importante. A prioridade é aprender o máximo que puder. Tenho apenas 21 anos, sei que é um cliché, mas é verdade. O principal objetivo da equipa é apoiar o Enric [Mas] e ajudá-lo a terminar o melhor possível na classificação geral. Tudo vai girar em torno disso. Claro que, se surgir uma oportunidade de entrar numa fuga e tentar ganhar uma etapa, vou tentar, mas o nosso trabalho principal é claro."
"Por exemplo, na etapa 5 (o contrarrelógio) vou dar tudo o que tenho e mais. Não vou estar a pensar muito no Enric nesse dia!" (confessa entre risos)
Sobre Enric Mas
"Trabalhamos muito bem juntos no Dauphiné, as coisas encaixaram bem entre nós. É fácil correr ao lado dele. Somos muito parecidos, ambos gostamos de definir objetivos claros e lutar para os alcançar. É a mesma coisa quer esteja a correr com o Enric ou com o Nelson Oliveira."
Vestir a camisola de campeão de Espanha
"Ainda não dormi nela!" (riu-se novamente) "Mas tem um aspeto fantástico. A apresentação da equipa foi incrível. Vestir esta camisola é apenas mais uma razão para que este Tour seja especial. Claro que atrai mais atenções, veremos se isso é bom ou não. Mas estou a gostar de tudo."
Favorito para ganhar uma etapa?
"Não me vou esquivar à pergunta, mas não lhe posso dar uma percentagem. Não vou dizer que não à ideia. Se tiver a oportunidade de participar em fugas, vou garantidamente tentar ganhar etapas. Acho que já demonstrei que sou capaz. Mas vamos encarar isto dia a dia. Vou esforçar-me no contrarrelógio para avaliar a minha posição em relação aos outros e, a partir daí, ver que oportunidades surgem."
O que significa para si andar com o Enric?
"Ele é apenas mais um colega de equipa, embora, claro, seja o líder da equipa durante a corrida. É ótimo correr entre os melhores. Gosto de ter objetivos claros, e quando o Enric está a correr todos sabemos quais são."