A presença da
Israel - Premier Tech no pelotão internacional tem gerado polémica ao longo do ano, mas os acontecimentos atingiram um novo patamar durante a Volta a Espanha, onde várias etapas foram interrompidas por protestos na estrada. Pela primeira vez em 2025, a equipa israelita foi excluída de uma prova: o Giro dell’Emilia.
Pressão crescente após os protestos em Espanha
Em Bolonha, havia receio de protestos semelhantes aos que marcaram a Vuelta, onde três etapas foram neutralizadas ou canceladas, ciclistas acabaram envolvidos em confrontos e até se registaram acidentes provocados por bloqueios. Uma situação inédita no ciclismo moderno, que aumentou a pressão sobre a equipa e sobre os organizadores.
Para 2026, os pedidos de afastamento da Israel - Premier Tech multiplicam-se. A Grand Départ da Volta a França em Barcelona e o governo das Ilhas Canárias já solicitaram a exclusão da equipa caso mantenha a bandeira e o título israelita no nome. Até alguns patrocinadores da equipa deixaram claro que a continuidade do apoio depende de uma reformulação completa da identidade da formação.
Apesar disso, até agora a equipa não tinha sofrido consequências diretas em competição. Inicialmente, o diretor do Giro dell’Emilia, Adriano Amici, defendeu que a decisão caberia à UCI, que não interveio. Mas a situação acabou por mudar. Fora do calendário WorldTour, a organização conseguiu maior margem de manobra e optou pela exclusão.
Reação da equipa
Em comunicado enviado ao Cyclingnews, a equipa reagiu:
“A Israel – Premier Tech foi informada de que o nosso convite para o Giro dell’Emilia foi retirado. Os organizadores citaram preocupações com a segurança ligadas a protestos planeados que ameaçavam interromper a corrida.”
O percurso em circuito, com a icónica subida à Madonna di San Luca em estradas estreitas, foi considerado especialmente vulnerável a possíveis bloqueios. O mais provável é que tenha havido um entendimento mútuo entre equipa e organização para evitar riscos.
“Consideramos extremamente lamentável que ameaças de violência tenham perturbado o nosso desporto. Desejamos aos organizadores uma corrida bem-sucedida”, concluiu a equipa israelita.
O caso marca um precedente relevante e levanta dúvidas sobre a participação da Israel - Premier Tech em várias provas de topo no futuro próximo, num momento em que a pressão política e social se mistura com o calendário desportivo.