Contador elogia romantismo da Volta à Itália e projeta ambições da Polti VisitMalta com Piganzoli

Ciclismo
quinta-feira, 01 maio 2025 a 13:00
alberto contador giro eurosport 2025
Alberto Contador, agora diretor desportivo da Team Polti VisitMalta, está com os olhos postos na Volta à Itália, onde acredita que a sua equipa tem reais possibilidades de conquistar etapas e terminar entre os melhores com a sua jovem promessa Davide Piganzoli.
Em entrevista à Gazzetta dello Sport, o antigo campeão espanhol, conhecido pelo seu estilo de corrida ofensivo, refletiu com nostalgia sobre a evolução do ciclismo moderno que, segundo ele, se aproxima cada vez mais do seu estilo de ataque instintivo e ousado.
"Ah, como teria gostado de correr neste ciclismo, com tanta fantasia e ataques de longe. Às vezes, quando vejo uma subida, penso 'já não tenho a forma, mas esta seria ideal para mim'... Imagino que ainda estou em competição."
Contador, que venceu a Volta à Itália por duas vezes, visto uma das suas três conquistas foi-lhe retirada devido à polémica da Operación Puerto, nunca escondeu o carinho especial que tem pela Corsa Rosa: "A Volta à Itália sempre foi uma corrida especial para mim. É o espetáculo mais bonito do ciclismo e a que mais me apaixonou ao longo da minha carreira. Foi ali que me apaixonei verdadeiramente por este desporto, com aquele toque romântico e uma cultura única. Só senti essa emoção ali. Pode parecer estranho dizer que me marcou mais do que a Volta a França ou até do que a Volta a Espanha, mas desde a primeira participação, em 2008, senti que tinha nascido uma ligação eterna."
Contador também abordou as diferenças entre o ciclismo da sua geração e o atual, sublinhando o avanço na nutrição e recuperação como as principais transformações: "Na minha altura também tomávamos barras e géis, claro, mas agora tudo é levado a outro nível. Nunca cheguei a pesar a comida numa balança, preferia ouvir o meu corpo. Hoje, tudo é medido e controlado."
"Os ciclistas treinam com sensores de glicose para entender como assimilam os géis, monitorizam o tempo que demoram a fazer efeito, analisam a temperatura da pele para perceber como o corpo responde. Tudo é mais técnico. No meu tempo, a estrutura da equipa era grande, umas 70 pessoas. Agora são mais de 100. Eu guiava-me pelas sensações, e isso era maravilhoso. Podíamos ter mais ou menos sensibilidade, mas isso fazia a diferença. Hoje, tudo são números, tudo são dados."
Enquanto Piganzoli se prepara para liderar a Polti VisitMalta na volta mais imprevisível da temporada, Contador acredita que a ousadia e inteligência em corrida ainda fazem a diferença — mesmo num ciclismo onde o instinto foi, em parte, substituído pela ciência.
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