Crise de confiança parece estar a contagiar a Visma: "O medo está a contaminar toda a equipa. Vê-se isso em Dylan van Baarle e também em Vingegaard"

Ciclismo
quarta-feira, 16 abril 2025 a 00:30
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Depois de um ano de 2023 absolutamente dominante, a Team Visma | Lease a Bike atravessa uma primavera muito diferente em 2025. Jonas Vingegaard recupera de nova lesão, Wout van Aert está longe do seu melhor nas clássicas empedradas e o ambiente geral na formação holandesa revela-se tudo menos animador. A antiga máquina imbatível parece agora presa por dúvidas, receios e sinais de vulnerabilidade.
Durante o programa Kop over Kop, Jeroen Vanbelleghem questionou diretamente as declarações de Van Aert após mais um resultado aquém das expectativas na Paris-Roubaix. “Disse que não tinha boas pernas, mas se paramos de pedalar duas ou três vezes, como ele fez na Floresta de Arenberg, não é necessariamente falta de pernas. É uma escolha”, afirmou o jornalista.
Bobbie Traksel foi ainda mais longe, revelando que chegou a pensar que o belga da Visma tinha furado no icónico setor de paralelos. “Estávamos à espera de um problema mecânico. Só que não havia. Era algo mais.” Jan Hermsen completou a análise com uma leitura psicológica: “Não era da bicicleta. Parecia que havia um travão… na cabeça".
A possibilidade de que Van Aert esteja a lutar com bloqueios mentais ganha força, sobretudo depois da queda sofrida durante o reconhecimento do percurso na Trouée d’Arenberg, dias antes da corrida. Um momento que pode ter deixado sequelas invisíveis, mas decisivas. “Na corrida, foi exatamente por essa altura que ele voltou a perder o contacto com Van der Poel e Pogacar”, nota Vanbelleghem.
Traksel aponta que este não é um problema exclusivo do belga: "O medo está a contaminar toda a equipa. Vê-se isso em Dylan van Baarle e também em Vingegaard. O medo não é só do Van Aert”. E relembra: “Foi esse receio que levou Vingegaard a recusar competir na Volta ao País Basco. Já tiveram acidentes a mais no último ano e meio, e quando se entra numa espiral dessas, é difícil sair".
A Visma, que em tempos era símbolo de controlo e força, vive agora mergulhada numa crise silenciosa, onde o fator psicológico parece estar a pesar tanto quanto qualquer questão tática ou física. E com as Grandes Voltas ao virar da esquina, o tempo para dissipar fantasmas começa a escassear.
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