"Dá-me motivação para fazer o que ele fez" João Almeida motiva-se em Joaquim Agostinho para o que resta da Vuelta

João Almeida vive um dos momentos mais marcantes da sua carreira na Volta a Espanha 2025. Depois de duas semanas de enorme exigência, o português de A-dos-Francos mantém-se entre os protagonistas e encara com determinação a decisiva terceira semana, que inclui etapas com chegadas em alto e um contrarrelógio individual.

“Têm sido duas semanas muito duras de corrida, mas estamos à espera de uma última semana também muito dura, com muito desnível, chegadas em alto e um contrarrelógio. Esperamos manter a boa forma e sem azares”, afirmou à Lusa.

Apesar da dureza do percurso que se avizinha, Almeida não abdica das ambições: “Vamos lutar por todos os segundos. Para ganharmos tempo é preciso só uma coisa, ser superior ao adversário.”

Entre os momentos já conquistados nesta edição, destaca-se o triunfo no mítico Alto de l’Angliru. Foi uma jornada histórica para o ciclismo nacional, ainda que não tenha permitido reduzir diferenças para Jonas Vingegaard na estrada. “Foi interminável, aquele último quilómetro nunca mais acabava, mas foi especial vencer lá”, confessou.

A prestação de João Almeida não passa despercebida em Portugal, onde tem gerado entusiasmo e comparações inevitáveis com o legado de Joaquim Agostinho. “Vi as capas dos jornais, tenho noção pelas redes sociais. É sempre bom ter atenção em Portugal. Prometo dar o meu melhor, mas vai ser difícil”, sublinhou.

O português reconhece a dimensão histórica de poder igualar Agostinho, segundo classificado na edição de 1976 da Volta a Espanha: “É uma honra. São tempos diferentes, provavelmente nessa época era mais difícil, mas dá-me motivação poder fazer o que ele fez.”

No seio da equipa da UAE Team Emirates- XRG, João Almeida sente-se apoiado. As mensagens de incentivo de Tadej Pogacar são um estímulo adicional. “Vamos sempre nos motivando uns aos outros, há bom ambiente na equipa”, garantiu.

Na estrada, conta com a ajuda de Ivo Oliveira, compatriota e companheiro de equipa: “Ele não tem que provar nada a ninguém. É um corredor com muito valor, muito bom e o facto de ser português é ainda melhor. É um orgulho estarmos os dois nesta corrida.”