Debate sobre a 6ª etapa da Volta à Suíça 2025: O poderoso sprint de Jordi Meeus, a má forma de Arnaud de Lie...

A sexta etapa da Volta à Suiça foi a única oportunidade para os sprinters puros brilharem nesta edição da corrida e eles não a quiseram desperdiçar. Apenas quatro ciclistas formaram a fuga do dia, com destaque para o anterior camisola amarela Romain Grégoire.

Foi um dia bastante calmo, com duas subidas na primeira metade da etapa que fizeram com que alguns ciclistas descolassem, para voltarem a reentrar no pelotão durante a descida. Com todos juntos e a 100 km do fim, as equipas dos sprinters começaram a trabalhar.

Bora, Picnic e Lotto revezam-se para reduzir as diferenças entre a fuga e o pelotão. Os 4 homens da frente deram muita luta, levando o pelotão ao limite. Foram apanhados a menos de 2 quilómetros do fim e a Bora foi a primeira equipa a lançar o sprint.

Jordi Meeus era o principal favorito e não desiludiu, levantando os braços na meta após ter executado um sprint perfeito e poderoso. Davide Ballerini e Lewis Askey completaram o pódio.

Apesar de ser uma etapa que foi decidida por um sprint em pelotão compacto, há algumas coisas que gostaria de salientar.

Em primeiro lugar falemos do vencedor Jordi Meeus e da sua equipa Red Bull - BORA - hansgrohe. A equipa alemã tem o potencial para se destacar em todos os cenários possíveis numa corrida. Vitórias como a de hoje, em que Meeus não teve rival após a grande saída proporcionada por Danny van Poppel, mostram que, uma vez que Primoz Roglic já não é o mesmo, o seu objetivo na Volta a França deve ser ir para lá da classificação geral.

No fim de contas, apostar tudo no esloveno não lhes vai dar bons resultados, como ficou demonstrado no Giro (que Nico Denz e Giulio Pellizzari conseguiram compensar).

Por outro lado, não podemos esquecer o grande desempenho dos homens da fuga. Stefan Kung, Mauro Schmid e Harry Sweeny, tornaram as coisas muito difíceis para o pelotão. Chegaram a dar a entender que podiam mesmo surpreender.

Kung foi recompensado com o prémio da combatividade e o pelotão teve de se esforçar até neutralizar a fuga a menos de 2 quilómetros da meta.

Um dia típico de transição, antes da dura jornada que espera os ciclistas amanhã. A fuga morreu na praia, porque as equipas que têm sprinters quiseram lutar pela vitória na única etapa para velocistas puros. Sem verdadeiros comboios, foi a Red Bull que capitalizou o dia, com Jordi Meeus a mostrar-se muito superior aos outros.

A Visma viu um dos seus homens escalados para a Volta a França cair e perder quatro minutos no final. O importante, neste momento, não é o tempo perdido, mas perceber se ficaram sequelas da queda. Bennot parecia estar bem, mas foi uma queda a alta velocidade, pelo que vamos esperar para ver se estará na linha de partida amanhã.

O resultado da etapa estava predeterminado para ser um sprint de grupo compacto e foi o que aconteceu. Mas foi preciso muito trabalho do pelotão para apanhar a fuga e foram bravos. Passaram todo o dia na frente e mesmo perdendo Grégoire ainda a muitos quilómetros do fim, resistiram à força do pelotão, de uma forma que ninguém esperaria.

Jordi Meeus era o homem mais rápido no papel e provou-o hoje. Van Poppel fez um lançamento perfeito. A Bora ainda não anunciou quem será o sprinter na Volta a França entre Meeus e Welsford, mas penso que o belga está em melhor posição para ser selecionado. Ambos têm tido épocas relativamente calmas até agora, mas Meeus parece um pouco mais consistente. Welsford basicamente desapareceu depois do Tour Down Under em janeiro, tal como no ano passado...

Um comentário final sobre Arnaud de Lie, que tem apresentado dificuldades durante toda a época e na Volta à Suíça não foge à excepção. Tendo em conta o fraco pelotão de sprinters, hoje tinha uma grande oportunidade de obter um bom resultado e, pelo menos, lutar pela vitória. Nada podia estar mais longe da verdade. Terminou em 15º lugar, apesar de estar bem posicionado aos 300 metros para a meta. Desilusão atrás de desilusão e o Tour está à porta.