Exibições na Suíça motivam o braço direito de Evenepoel no Tour: "O João Almeida continua a ser o melhor, mas eu consigo acompanhá-lo"

Ciclismo
sábado, 21 junho 2025 a 9:57
ilanvanwilder
Quinze dias. É esse o tempo que Remco Evenepoel e a Soudal - Quick-Step têm para preparar o maior desafio da temporada: enfrentar Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard na Volta a França de 2025. Depois de uma exibição mista no Critérium du Dauphiné, a equipa belga vai precisar de cada dia disponível para encontrar soluções.
Evenepoel terminou em quarto na geral e brilhou com uma vitória no contrarrelógio individual, mas as etapas de montanha voltaram a revelar limitações. Nas inclinações mais duras, ficou aquém de Pogacar e Vingegaard, um sinal de alerta tendo em conta o que o espera nos Alpes e Pirenéus. A sua fragilidade ficou ainda mais exposta pela falta de apoio de equipa, agravada pela ausência do seu escudeiro mais experiente, Mikel Landa, afastado devido a uma fratura na coluna sofrida na Volta a Itália.
Com o plano A comprometido, todas as atenções recaem agora sobre Ilan Van Wilder, o tenente mais próximo de Evenepoel e peça-chave para o Tour.
Aos 25 anos, Van Wilder conhece Remco há vários anos e tem sido o seu braço-direito em diversas provas. Em 2025, assinou uma época sólida: 6º na Volta ao País Basco, 7º na Volta ao Algarve e 10º no Paris-Nice. Atualmente, compete na Volta à Suíça, onde ocupa também a décima posição da geral, a 3:17 de Kevin Vauquelin.
Van Wilder tem sido um dos corredores mais consistentes em provas de uma semana, desde 2023
Van Wilder tem sido um dos corredores mais consistentes em provas de uma semana, desde 2023
"Não é fácil ter ciclistas lesionados, mas não há muito que se possa fazer", afirmou Van Wilder ao IDLProCycling.com. "É uma pena, mas temos de nos adaptar e fazer a melhor seleção possível. Penso que ainda temos boas opções, mas, mais uma vez, há coisas que não se podem influenciar".
As preocupações não se resumem a Landa. Louis Vervaeke continua em dúvida após uma fratura no ombro, Valentin Paret-Peintre regressa apenas agora de uma lesão, e Max Schachmann esteve longe do seu melhor no Dauphiné. As lacunas acumulam-se e Evenepoel pode enfrentar novamente longas subidas sem ajuda.
Ainda assim, os adeptos não devem perder a esperança. Em 2024, Evenepoel também venceu o contrarrelógio do Dauphiné, terminou sétimo na geral e depois conquistou o terceiro lugar no Tour, com uma vitória de etapa e a camisola branca. A recuperação e evolução são possíveis - mas será necessário apoio sólido.
Van Wilder tem procurado concentrar-se no essencial: a sua própria condição física. "Sinto-me bem. O primeiro dia não correu como planeado. Perdemos muito tempo, mas não fomos a única equipa que perdeu. Não tínhamos ninguém connosco e não fizemos uma boa corrida, é preciso dizer. Foi uma semana estranha", comentou sobre o início da sua campanha na Volta à Suíça.
Apesar disso, houve sinais animadores. O belga manteve-se com os melhores na etapa rainha, reforçando a confiança ao aguentar o ritmo de nomes como João Almeida, da UAE Team Emirates - XRG. "O João Almeida continua a ser o melhor, mas eu consigo acompanhá-lo, o que me dá um sentimento positivo e motivação para o que aí vem".
Mais importante ainda foi a reflexão de Van Wilder sobre a sua progressão desde o verão passado. "Desde o Tour do ano passado, consegui dar mais um passo em frente. Principalmente em termos de resistência: fazer uma e outra vez e continuar a ser capaz de atravessar a parede apesar de ter alguns dias maus".
"Na minha opinião, foi aí que mais melhorei, o que também se reflete nos meus resultados ao nível do WorldTour", acrescentou. "Não fui capaz de o fazer sempre nos últimos anos. Porquê? O Tour nas minhas pernas, ficar mais velho, mais experiente... todas estas coisas juntas dão-me mais substância".
Essa consistência e capacidade de recuperação podem ser decisivas. Evenepoel não precisa apenas de apoio tático – precisa de companheiros capazes de sobreviver nas montanhas, que recuperem rapidamente, e consigam sustentar ritmo de elite nos dias mais exigentes. Van Wilder está a mostrar que pode ser esse ciclista.
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