Isaac del Toro terminou a
Volta a Itália 2025 no segundo lugar da classificação geral. Aos 21 anos, o jovem mexicano esteve a um passo da vitória final, mas viu a Camisola Rosa escapar-lhe na penúltima etapa, no mítico Colle delle Finestre. Apesar do feito extraordinário, as atenções após a prova centraram-se mais no que Del Toro não conseguiu conquistar do que no que realizou.
Injusto? Talvez. Mas essa é a natureza implacável do ciclismo de alto nível.
Confrontado pela imprensa sobre se mudaria algo na sua abordagem à decisiva etapa 20, Del Toro respondeu com maturidade:
Pódio final, com Simon Yates, Isaac del Toro e Richard Carapaz
"É claro que todos teriam feito algo diferente relativamente a ontem, mas isso faz parte do passado. Toda a gente tem a sua lógica, toda a gente tem uma boa razão para ter uma opinião sobre o que aconteceu, mas quando se está nesta posição é preciso tomar decisões rapidamente. E todas as decisões que tomei durante três semanas colocaram-me nesta posição".
Apesar da desilusão natural, o mexicano manteve uma postura positiva e destacou o orgulho pelo desempenho:
"Aos 21 anos, e estando na equipa em que estou, tenho de me orgulhar de tudo o que fiz. Estive na luta durante toda a corrida. Claro que é triste perder a Camisola Rosa no final, mas tenho de estar orgulhoso. Vou querer voltar mais forte e mais inteligente do que nestas três semanas".
Depois de vários dias vestido de rosa e com uma vitória de etapa no currículo, Del Toro refletiu sobre a experiência que poucos esperavam que protagonizasse:
"Foi uma emoção incrível. Sou um tipo que chegou aqui sem que muitos acreditassem que pudesse estar entre os melhores. A equipa e os meus colegas sempre me apoiaram e essa sensação é incrível. Acho que provei a mim mesmo que sou capaz de fazer grandes coisas. O apoio dos adeptos, não só do México, mas de toda a América Latina e de Itália, foi inacreditável".
Embora surpresa para muitos, Del Toro garantiu que estava mentalmente preparado:
"Não fiquei muito surpreendido. A equipa preparou-me para este momento, mesmo que eu não o visse tão próximo quanto aconteceu. Todos queremos ganhar uma Grande Volta, e estar tão perto foi uma aprendizagem imensa, dia após dia".
A sua reflexão final resume a maturidade adquirida nestas três semanas:
"Acho que aprendi a acreditar mais em mim, a fazer as coisas bem feitas, a manter o sorriso e, acima de tudo, a divertir-me na bicicleta".